Milhões de pessoas foram instadas a abandonar as zonas costeiras ou a procurar terrenos elevados, devido à possibilidade de serem atingidas por ondas de tsunami resultantes de um violento sismo ocorrido na madrugada de quarta-feira, ao largo da península de Kamchatka, na Rússia.
As ondas atingiram zonas litorais do Japão, do Havai e da Costa Oeste dos Estados Unidos, mas, até ao momento, não há registo de danos materiais significativos.
O alerta gerado pelo forte abalo sísmico fez recordar os efeitos devastadores de tsunamis recentes neste século, em especial o de 2011 no Japão, que provocou uma catástrofe nuclear.
Em várias localidades japonesas da costa do Pacífico, moradores correram para centros de evacuação, parques elevados e telhados, numa mobilização marcada pela memória do passado trágico.
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Comprar um espaço para minha empresa.No Havai, engarrafamentos paralisaram as principais vias, incluindo em zonas longe da costa. “Temos água e snacks. Vamos manter-nos em terreno elevado”, disse Jimmy Markowski, turista do Arkansas em férias em Waikiki, que seguiu as instruções das autoridades locais.
A secretária norte-americana de Segurança Interna, Kristi Noem, afirmou que “o pior já passou”. Ao longo de quarta-feira, os alertas de tsunami foram cancelados no Havai, no Alasca, no Oregon e em Washington, mantendo-se apenas para partes do norte da Califórnia, onde as autoridades continuam a advertir para correntes perigosas até quinta-feira de manhã.
Especialistas referem que é difícil prever o momento exato para levantar os alertas, pois as ondas geradas podem continuar a propagar-se durante horas.
Segundo Dave Snider, coordenador do Centro Nacional de Alerta de Tsunamis do Alasca, a complexidade deste tipo de eventos “torna incerta a previsão de quando terminam os riscos reais”.
O terramoto de quarta-feira é já classificado como um dos mais fortes registados desde 2011, com magnitude 8.8. O epicentro situou-se a cerca de 120 km da cidade de Petropavlovsk-Kamchatsky, no extremo leste da Rússia. Houve várias réplicas, com intensidades que chegaram a 6.9.
A Instituição Russa de Oceanologia confirmou a ocorrência de ondas de tsunami inferiores a 6 metros perto de áreas habitadas. Além disso, fluxos de lava foram registados num dos vulcões ativos da península, segundo o serviço geofísico da Academia Russa de Ciências.
Na América do Sul, Colômbia, Equador e Peru levantaram os alertas de tsunami. No entanto, o Chile manteve ordens de evacuação em diversas zonas da sua extensa costa Pacífica, mesmo após cancelar o alerta em algumas regiões.
De acordo com o ministro do Interior chileno, Álvaro Elizalde, houve ondas de até 2,5 metros em certos pontos. Escolas nas zonas afetadas permanecerão encerradas por precaução.
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Anuncie aqui: clique já!Nas ilhas Kurilas, sob jurisdição russa, foram reportadas inundações em portos pesqueiros e cortes de energia, mas sem danos materiais graves.
O Japão confirmou uma vítima mortal e vários feridos, muitos dos quais devido a quedas ou doenças relacionadas com o calor, durante o processo de evacuação. Em algumas zonas, os termómetros ultrapassaram os 40°C.
A planta nuclear de Fukushima, danificada em 2011, foi monitorizada remotamente, com os trabalhadores a serem evacuados para áreas elevadas.
Na cidade de Iwak, onde as memórias do desastre nuclear de 2011 são ainda vivas, sirenes soaram e portões corta-mar foram acionados, levando residentes a procurar refúgio em parques nas colinas.
Ondas de até 60 centímetros foram registadas em Hamanaka e Kuji, no Japão, antes do alerta ser reduzido para nível de aviso, mantendo-se a vigilância ao longo de toda a costa Pacífica japonesa.