O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou a pressão sobre a Ucrânia para aceitar um acordo que ponha fim à guerra com a Rússia, afirmando que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, poderia optar por encerrar o conflito “quase imediatamente”.
Dirigindo-se a Zelenskyy, um dia antes da visita de alto risco à Casa Branca, Trump alertou que a devolução da Crimeia ocupada pela Rússia e a adesão da Ucrânia à NATO ficariam fora de qualquer negociação.
“O presidente Zelenskyy da Ucrânia pode acabar com a guerra com a Rússia quase imediatamente, se quiser, ou pode continuar a lutar”, declarou Trump na sua plataforma Truth Social no domingo.
“Lembrem-se de como começou. Sem devolução da Crimeia pelo Obama (há 12 anos, sem disparos!), e NADA DE ENTRAR NA NATO PELA UCRÂNIA. Algumas coisas nunca mudam!!!”
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Comprar um espaço para minha empresa.Os comentários de Trump surgiram enquanto líderes europeus se preparavam para acompanhar Zelenskyy em Washington, DC, numa tentativa de garantir que o presidente americano não aprovaria um acordo demasiado favorável a Vladimir Putin.
Em resposta, Zelenskyy afirmou que concessões anteriores a Moscovo, incluindo a Crimeia, apenas encorajaram Putin a intensificar a guerra.
“Todos partilhamos o desejo de acabar com esta guerra rapidamente e de forma segura. A paz deve ser duradoura”, escreveu Zelenskyy na rede X.
“Não como anos atrás, quando a Ucrânia foi forçada a ceder a Crimeia e parte do leste – parte do Donbas – e Putin usou isso como trampolim para novos ataques, ou quando a Ucrânia recebeu supostas ‘garantias de segurança’ em 1994, que não funcionaram.”
Zelenskyy acrescentou que a Crimeia não deveria ter sido cedida, assim como os ucranianos não desistiram de Kyiv, Odesa ou Kharkiv após 2022.
“Os ucranianos estão a lutar pela sua terra, pela sua independência”, afirmou.
Enquanto Trump indicava que um acordo com Moscovo poderia envolver “trocas e mudanças de território”, Zelenskyy rejeitou repetidamente entregar território ucraniano ao ocupante.
Para pressionar Trump a manter o apoio à Ucrânia, líderes europeus, incluindo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o chanceler alemão Friedrich Merz e o presidente francês Emmanuel Macron, acompanham Zelenskyy nas conversações na Casa Branca.
Macron afirmou que os líderes europeus e Zelenskyy procuram apresentar um front unido face à agressão russa.
“Se mostrarmos fraqueza hoje perante a Rússia, estamos a preparar o terreno para conflitos futuros”, declarou Macron.
Apesar de Trump ter descartado a possibilidade de adesão da Ucrânia à NATO, o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, disse que Putin concordou em apoiar uma garantia de segurança semelhante ao Artigo 5 da NATO durante a cimeira no Alasca.
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Anuncie aqui: clique já!“Conseguimos a seguinte concessão: os EUA podem oferecer proteção ao estilo do Artigo 5, que é uma das reais razões pelas quais a Ucrânia quer estar na NATO”, explicou Witkoff à CNN.
Segundo o Artigo 5, um ataque armado a um país membro da NATO é considerado um ataque a todos os membros da aliança.
Ainda assim, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, procurou moderar expectativas, afirmando que um acordo de paz ainda está “longe de ser alcançado”.
“Não estamos à beira de um acordo de paz. Fizemos progressos ao identificar áreas potenciais de acordo, mas ainda existem grandes divergências”, disse Rubio à ABC News.