Teerã, Irã – O Irã executou Bahman Choobiasl, suspeito de ser “um dos espiões mais importantes de Israel no país”, segundo a agência judicial Mizan, marcando a 10ª execução desde a guerra de 12 dias ocorrida em junho com Israel e os Estados Unidos.
De acordo com Mizan, Choobiasl havia trabalhado em “projetos sensíveis de telecomunicações” e se reunido com agentes do Mossad, a agência de espionagem israelense, com o objetivo de obter bancos de dados de instituições governamentais e criar vulnerabilidades nos centros de dados iranianos. O tribunal supremo rejeitou o recurso do réu e confirmou a pena de morte sob a acusação de “corrupção na terra”.
Choobiasl é o segundo executado neste mês, depois de Babak Shahbazi, também condenado por suposta espionagem a favor de Israel. Ativistas questionam as acusações, alegando que Shahbazi teria sido torturado para fornecer uma confissão falsa, após enviar uma carta ao presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy oferecendo-se para lutar em Kyiv.
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Comprar um espaço para minha empresa.O Irã tem sido palco de uma guerra de sombras com Israel ao longo de décadas, intensificada em junho, quando ataques aéreos israelenses atingiram generais, cientistas nucleares e civis iranianos, provocando retaliações com mísseis e drones. Os EUA também realizaram ataques em nome de Israel, afetando instalações nucleares iranianas. Segundo a Amnesty International, esses ataques resultaram em pelo menos 1.100 mortes.
Em paralelo, o país enfrenta temores econômicos e sociais, enquanto novas sanções da ONU foram reativadas automaticamente no domingo, após a aplicação do mecanismo de “snapback” previsto no acordo nuclear de 2015, apesar da oposição de Rússia e China. Organizações de direitos humanos estimam que mais de 1.000 pessoas foram executadas em 2025, embora o número real possa ser maior, já que Teerã não divulga todas as execuções.
O clima de tensão interno inclui protestos sobre direitos das mulheres, economia e pedidos por mudanças no regime, reforçando a percepção de que o Irã se aproxima de um período de instabilidade política e militar.