O conceito de “dependência da tecnologia” há muito que tem más conotações: a desconexão com a realidade, dificuldades de comunicação interpessoal, decréscimo da empatia, o agravamento de doenças como a obesidade e a ansiedade social ou o aparecimento de outras como a nomofobia (estado de stresse associado a não ter acesso, ou ser incapaz de utilizar, o telemóvel).
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Mas se alguma coisa 2020 nos veio mostrar, foi que podemos e devemos colocar a tecnologia a trabalhar a favor da sociedade. Citando António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, a pandemia acelerou a nossa dependência das tecnologias digitais e destacou os benefícios da conectividade que permite salvar vidas. De facto, todos os atores sociais foram obrigados a recorrer à tecnologia para conseguir sobreviver ao muito falado ‘novo normal’.
A nível empresarial, o último ano veio reforçar esta mesma necessidade da transformação digital dos negócios. As empresas, em praticamente todos os setores, precisam, cada vez mais, de recorrer a profissionais de TI qualificados com conhecimentos amplos e produtividades elevadas, uma vez que é fundamental conseguirem ajustar-se de forma imediata ao mundo online.
Tendo em conta que os sistemas de informação das organizações são cada vez mais complexos, com várias tecnologias e plataformas a operar em simultâneo num mesmo sistema, a qualificação dos profissionais deve ajustar-se às necessidades reais das funções e não focar-se apenas numa tecnologia ou plataforma. Para isso, é fundamental investir em formação oficial e certificação baseada em funções como é o caso da Microsoft, que, através de uma extensa análise do mercado, desenvolve formações que permitem responder à lacuna de qualificações dentro das organizações.
Para comprovar esta necessidade emergente, a IDC publicou, em junho de 2020, o estudo Benefits of Role-Based Certifications, que assegura que os profissionais de TI que obtiveram uma certificação técnica relevante baseada em funções têm um desempenho 26% superior, em média, em comparação com os seus colegas não certificados e com as mesmas responsabilidades. Este facto é particularmente importante para as organizações e para os profissionais responsáveis pela transformação tecnológica em apoio dos objetivos críticos de negócio, o que implica a necessidade do desenvolvimento profissional contínuo desses profissionais.
Em suma, num momento em que é crucial para qualquer organização, independentemente da sua missão ou papel social, proceder à transformação digital da sua atividade e melhorar a sua relação com a tecnologia, é ainda mais crucial perceber que a qualificação dos profissionais, que estão na linha da frente desta transformação, é talvez o melhor e mais importante investimento que poderão fazer este ano.