África/Angola: Presidente angolano incentiva setor privado “a ser mais ambicioso”

O presidente angolano disse hoje que Angola já produz bastante, mas em quantidades ainda insuficientes, encorajando o setor privado “a ser mais ambicioso para que os níveis de produção se aproximem cada vez mais às necessidades do país”.

João Lourenço, que inaugurou hoje a 38.ª edição da Feira Internacional de Luanda (Filda), disse, em declarações à imprensa, que disse ter constatado, na visita que realizou ao espaço, que “há produção a olhos vistos”.

“O que gostaríamos de fazer é encorajar o setor privado da nossa economia a ser mais ambicioso para que os níveis de produção se aproximem cada vez mais às necessidades do país, das populações, para exportar os excedentes. Temos que ser cada vez mais ambiciosos”, disse João Lourenço.

Segundo o Presidente angolano, a economia do país só será forte quando passar a ter um setor privado forte, manifestando o seu empenho em termos de política e incentivos, para que o setor empresarial privado “assuma o papel que lhe cabe”.

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“Nós estamos numa fase em que já demonstrámos ter vontade política de o Estado sair da economia, ser regulador. O sinal claro que demos foi o programa [de privatizações] Propriv. Muitos dos ativos do Estado que entendemos que não devm continuar nas mãos do Estado estamos a passá-los, por via de concurso público, ao setor privado que, sem sombra de dúvidas, sabe fazer melhor do que o Estado, que o setor público”, referiu.

A Zona Económica Especial, prosseguiu o Presidente angolano, é um dos exemplos, que, antes das privatizações, não registava “produção absolutamente nenhuma”.

“O Estado fez um grande investimento aqui, mas não teve capacidade de tirar proveito correspondente ao investimento feito e notamos uma diferença como da noite para o dia a partir do momento em que tomamos a decisão de privatizar essas unidades”, realçou.

Relativamente à captação do investimento privado estrangeiro para Angola, João Lourenço salientou que ainda é insatisfatório, por isso, o país “continua ainda a lutar e a fazer advocacia e a procurar atrair o investimento direto estrangeiro para Angola”.

“Isso é o que temos feito em grande parte das nossas missões ao exterior, das visitas que fazemos, a nível do titular do poder executivo, a nível dos ministros, da AIPEX [agência de promoção das exportações]. Temos trabalhado no sentido de, por um lado, criar bom ambiente de negócios, por outro lado, dizer que em termos de ambiente de negócios está bem melhor, portanto, é chegado o momento de começarmos a desembarcar em Angola para fazerem os investimentos que gostaríamos de ver”, frisou.

João Lourenço destacou a presença de 15 países que participam este ano na Filda, o que “representa confiança” no mercado angolano e nas medidas que o Governo está a tomar para simplificar o investimento estrangeiro.

“Eles estão a constatar que os vistos quer para turistas quer para investidores, sobretudo para investidores, são cada vez mais fáceis de adquirir, estão a constatar que existe seriedade na luta que conduzimos no combate à corrupção, ninguém lhes vai extorquir dinheiro pelo facto de investirem em Angola”, referiu.

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De acordo com João Lourenço, a presença desse número de expositores este ano na Filda é “o acreditar” naquilo que Angola tem vindo a defender nos últimos cinco anos em termos da luta contra a corrupção,

“Começam realmente a acreditar que é verdade e eles têm as suas embaixadas aqui, como têm já alguns investidores que assentaram empresas aqui em Angola (…) Portanto, esta tendência é de subir sempre, se este ano temos este número de países, de expositores, acredito que nos próximos anos teremos muito mais”, observou.

No seu discurso de abertura da Filda, o Presidente angolano reafirmou o seu compromisso com a melhoria do ambiente de negócios, anunciando também o início de várias obras de estradas, fornecimento de água e energia.

“Reafirmamos a nossa convicção de que a diversificação é o único caminho seguro para o crescimento económico e social inclusivo”, sublinhou João Lourenço.

A Associação Empresarial de Portugal (AEP) e 22 empresas portuguesas participam na Filda, que decorre até sábado.

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