Agência da ONU sem dinheiro para alimentar todos os deslocados de Cabo Delgado

O Programa Alimentar Mundial (PAM) alerta para o risco de ficar sem dinheiro para apoiar os deslocados do conflito armado em Cabo Delgado, norte de Moçambique, no seu mais recente relatório sobre o país.

O PAM pretende ajudar, em novembro, 400.000 deslocados internos que fogem da violência de Cabo Delgado, o que custaria cerca de sete milhões de dólares (5,9 milhões de euros) por mês. Na ausência de financiamento suficiente, o abastecimento de alimentos será comprometido, levando à diminuição ou mesmo à suspensão da distribuição de alimentos aos necessitados”, refere o PAM.

A posição da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) é expressa no relatório de outubro sobre a situação de Moçambique, divulgado na sexta-feira.

Milhares de pessoas em dificuldades após novo ataque no norte de Moçambique  - Renascença

O PAM requer mensalmente oito milhões de dólares (6,7 milhões de euros) para prestar assistência a quem foge da guerra no norte de Moçambique, ou seja, 96 milhões de dólares (80 milhões de euros) para os próximos 12 meses.

Mas “apenas 11,7 milhões de dólares (9,8 milhões de euros) estão garantidos”. 

Violência no norte - Plataforma Media

A violência armada em Cabo Delgado, norte de Moçambique, está a provocar uma crise humanitária com cerca de duas mil mortes e 500 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

A província onde avança o maior investimento privado de África, para exploração de gás natural, está desde há três anos sob ataque de insurgentes e algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo jihadista Daesh desde 2019.

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