Alta-costura e dignidade africana (1/2)

Imane Ayissi, estilista camaronesa, que vive em Paris e com uma carreira atípica, pode orgulhar-se pela enorme contribuição que dá a beleza dos desfiles da Alta-costura.

“É um grande reconhecimento para toda África. Esta é a primeira vez que um designer negro da região da África subsaariana entra neste pátio, acho que isto deveria ser comemorado”.

Imane Ayissi- Madame Figaro

Depois de uma bela carreira no balé e depois como modelo, Ayissi, inspirou-se pelos criadores para quem desfilou, observa este novo mundo. Trabalhou muitas vezes a noite, em casa, com a máquina de costura que ela mesma comprou para si.

“Eu disse a mim mesma que tinha que estar presente nos desfiles de Alta-costura para mostrar que África está de pé. Quase que se tornou, para mim, numa obrigação. Eu tive que apresentar algo em nome de toda África, também para o meu prazer e para todos os meus seguidores”.

Imane Ayissi não apenas representa, com bastante orgulho o fascínio do continente africano, mas pretende destacar o seu artesanato e os ricos tecidos.

“Quero mostrar a excelência do saber-fazer do continente negro. Sempre fazemos uma relação directa entre grifes de moda africana com mulheres vestidas com tecidos coloridos, estampas. Sempre pensei que África merecia mais do que isso, porque temos um saber-fazer muito rico e uma herança têxtil. Só nos faltam os meios ”.

Não faltam os desejos de celebrar a beleza da cultura africana no âmbito dos desfiles de Alta-costura.

Por: Anne-Laure Josserand

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