Alta-costura e dignidade africana (2/2)

“Busco a excelência. Gosto da ideia de uma peça de roupa única trajada pelas clientes que reconhecem o saber-fazer, o valor do trabalho e a história do designer, que sempre me fascinou”.

Imane Ayissi não só se orgulha de ser um estilista africano que desfila na Alta-costura, como também relança o debate sobre a autenticidade africana da capulana ou ainda o chamado tecido wax. Torna-se num embaixador dos tecidos tradicionais africanos que, segundo este, são verdadeiramente africanos e a essência do continente. Através do seu trabalho com os artesãos africanos, incentiva o fabrico de tecidos com a qualidade e excelência que responda à altura e exigência dos seus projectos.

“É complicado impor critérios de qualidade da Alta-costura aos artesãos africanos. Geralmente, são necessárias várias tentativas e vários retornos para se obter o resultado desejado. É um desperdício de energia, tempo e dinheiro mas, aprendemos e avançamos todos juntos”.

A sua colecção, intitulada “Akouma”, significa riqueza, a de um tecido tradicional, uma cultura, um artesanato ancestral.

“Significa riqueza na língua Beti dos Camarões. Pode ser a riqueza de um continente inteiro, um país, um grupo étnico, uma família inteira ou até de uma pessoa”.

Felizmente, a sua visão acrescenta a riqueza e a majestade da Alta-costura francesa na passarela.

Por: Anne-Laure Josserand

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