América do Sul/Brasil: A vitória de Lula traz alívio aos chefes de estado estrangeiros, de Macron a Biden

“Juntos, vamos unir as nossas forças”, disse o presidente francês, enquanto o seu homólogo americano saudou “eleições livres, justas e credíveis”.

A vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, ansiosamente esperada pelos democratas de todo o mundo após quatro anos de poder pelo partido de extrema-direita bolonista, provocou numerosas reacções internacionais no domingo, 30 de Outubro, após o anúncio dos resultados finais.

Fora das Américas, um dos primeiros chefes de Estado a falar foi o francês Emmanuel Macron, que falou de uma “eleição [abrindo] uma nova página na história do Brasil”. “Juntos, vamos unir forças para enfrentar os muitos desafios comuns e renovar o laço de amizade entre os nossos dois países”, prometeu ele. As relações entre Jair Bolsonaro e Emmanuel Macron têm estado no seu pior depois da violenta disputa entre eles em Agosto de 2019 por causa dos incêndios na Amazónia.

Sem surpresas, as primeiras felicitações vieram dos presidentes de esquerda recentemente eleitos da América Latina – pela primeira vez, as cinco maiores economias do continente são governadas pela esquerda. Gustavo Petro da Colômbia foi o primeiro; “Viva Lula”, ele tweetou embora os resultados finais não tivessem sido declarados, mas a vitória do candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) parecia inevitável. “Lula”. Alegria”, disse Gabriel Boric no Chile, seguido por Alberto Fernandez na Argentina, Pedro Castillo no Peru, Xiomara Castro nas Honduras, Luis Arce na Bolívia, Andrés Manuel Lopez Obrador no México. Os presidentes da Venezuela, Nicolas Maduro, e de Cuba, Miguel Diaz-Canel, juntaram-se ao coro de louvor, tal como o ex-presidente boliviano Evo Morales. Lula prometeu trabalhar para a integração latino-americana.

Lula quer reorientar a diplomacia brasileira

O presidente americano, Joe Biden, saudou “eleições livres, justas e credíveis”. O jornal Folha de São Paulo disse no domingo que a Casa Branca planeia enviar o Conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan ao Brasil nos próximos dias se Lula ganhar, a fim de reforçar o apoio dos EUA a uma transição pacífica.

Com o tempo, Jair Bolsonaro tornou-se um pária na cena internacional. Para além do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, que tinha dado o seu apoio ao presidente brasileiro antes da primeira volta das eleições presidenciais de 2 de Outubro, dos trombistas e de algumas monarquias petrolíferas do Médio Oriente, ele tinha poucos aliados.

Pelo contrário, Lula quer reorientar a diplomacia brasileira afirmando a centralidade da emergência climática, por um lado, e selando uma parceria estratégica com a União Europeia através da implementação de um acordo de comércio livre renovado entre o Mercosul e a UE-27.

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