É comum na tradição africana os mais velhos, e até jovens hoje em dia, usarem amuletos para garantir que ficarão a salvo de qualquer coisa que lhes possa surgir pelo caminho.
Aquela sensação de que estão protegidos por vezes tem por base estes amuletos. Os amuletos, segundo a literatura, são objectos que o indivíduo acredita trazerem sorte ou protecção. O uso desses objectos está ligado a crenças, mas também à tradição. Não importa o tipo de objecto, pode ser uma pulseira, um colar, um pingente, um lenço, qualquer coisa, desde que a pessoa deposite certa crença nele, estes podem ser chamados amuletos.
A partir do momento em que a pessoa acredita que o objecto lhe pode conferir algum tipo de protecção, a pessoa passa automaticamente a considerar esse mesmo objecto como um “escudo de defesa”.
Geralmente esses amuletos são levados junto ao corpo, mas também podem ser colocados na roupa. Enquanto africanos somos muitas vezes testados pelas crenças populares e obrigados a seguir algumas delas, mesmo que isso não tenha justificação ou realização concreta.
O facto é que a mente tem um grande poder de criar sinergias em nosso beneficio ou não, portanto, quanto mais acreditamos que os amuletos trazem sorte, as probabilidades de coisas positivas acontecerem podem aumentar, sem com isso querer desacreditar a crença de quem quer que seja.
Se têm ou não poder espiritual, se trazem sorte ou afastam problemas, depende de quem assim acredita. Mas a verdade é que muita gente usa ou já usou, inclusive diversas personalidades de dentro e fora do continente.
No ambiente de trabalho, por exemplo, você já deve ter percebido que aquele colega sempre usa a mesma gravata, ou não deixa que ninguém sente na sua cadeira, ou ainda não permite que ninguém use sua esferográfica. Não podemos afirmar categoricamente que seja o caso, mas tomando em consideração que somos africanos e movidos por crenças, há probabilidades que estes objectos estejam associados ao que a pessoa considera “amuleto da sorte”, portanto, só pode ser usado por si para que continue funcionando com o efeito desejado.
Tanto a sorte como o azar são questões de crença individual. Afinal, o que é considerado bom para um, pode ter o efeito contrário para o outro. A nossa psique produz energias que nos acompanham ao longo da vida. E por causa dessas crenças as pessoas associam o que lhes acontece na vida (sucesso ou fracasso) a estes dois elementos (sorte e azar).
O sol, os peixes, a pomba branca, o trevo de quatro folhas, são algumas das coisas que se considera ser símbolos da paz e que, por isso, atraem sorte. Há pessoas que usam determinados números em quase todas as circunstâncias da vida que as obrigue, como o número da sorte. E os exemplos são infinitos.
Acima de tudo somos movidos por alguma força, então, se acreditar em algo que nos faz bem vai nos ajudar a guiar nossas vidas, talvez não seja de todo mau, desde que tal acção não seja usada para prejudicar o próximo, ninguém poderá intervir.
Por: Érica Januário