Entre os convidados estão 21 delegações de alto nível, incluindo o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
Diferenças políticas à parte, João Lourenço e Adalberto Costa Júnior estão este domingo juntos no funeral de José Eduardo dos Santos. Quatro dias depois das eleições gerais em Angola, que estão a ser contestadas pelo principal partido da oposição, os líderes do MPLA e da UNITA marcam presença no derradeiro adeus ao antigo presidente angolano.
As cerimónias fúnebres deJosé Eduardo dos Santos, iniciadas no sábado, terminam este domingo, data em que completaria 80 anos, com um funeral de Estado na presença de vários Presidentes, incluindo Marcelo Rebelo de Sousa.
O corpo de José Eduardo dos Santos, que governou Angola de 1979 a 2017, chegou a Luanda no passado dia 20, depois de as autoridades judiciais espanholas terem decidido entregar a guarda do corpo à viúva e mãe de três dos seus oito filhos, Ana Paula dos Santos.
O antigo chefe de Estado morreu em 8 de julho, com 79 anos, em Barcelona, Espanha, onde passou a maior parte do tempo nos últimos cinco anos, mas as exéquias só agora se vão realizar devido à disputa sobre a custódia do corpo entre duas fações da família de José Eduardo dos Santos – a viúva e os três filhos mais novos, apoiados pelo regime angolano, contra os cinco filhos mais velhos.
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Este domingo, haverá honras militares num programa que inclui música lírica, leitura de mensagens do Estado angolano e da família, do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), da Fundação José Eduardo Santos e leitura do elogio fúnebre, bem como um culto ecuménico, acompanhado de grupos corais.
Após um momento de saudação e deposição de coroa de flores por parte do Presidente da República, João Lourenço, segue-se a saída da urna com honras militares e início do cortejo fúnebre para o jazigo onde haverá uma cerimónia restrita, com representantes de governos estrangeiros.
Entre os convidados estão 21 delegações de alto nível, incluindo os Presidentes de Portugal, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau, República Democrática do Congo, República do Congo, Zimbabué e África do Sul, bem como representantes de Ruanda, Guiné Equatorial, Gabão, Namíbia, Timor-Leste e Zâmbia.
A delegação de Portugal integra ainda o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho. Pelas 10h00, o governante português, que chegava ao local onde decorrem as cerimónias fúnebres. Aos jornalistas, realçou as « relações » entre os dois países que « propiciaram a aproximação dos povos », recusando-se a fazer comentários sobre o processo eleitoral de Angola.
Quem também chegou ao memorial foi Adalberto da Costa Júnior, o líder da UNITA que contesta os resultados provisórios das eleições gerais de quarta-feira.
Serão ainda ouvidas 21 salvas de canhões, realizando-se um sobrevoo honorífico de aeronaves e manobras da Marinha angolana na baía da Chicala, sendo as cerimónias concluídas com a deposição da urna no jazigo com uma oração.
Os restos mortais do antigo presidente ficarão, por agora, no Memorial a Agostinho Neto até que se encontre outra solução.