Angola: CNE angolana revela resultados quando estavam apurados 97,3% das mesas de voto

O MPLA venceu as eleições gerais de Angola com 51,07%, seguido da UNITA com 44,05% dos votos, divulgou a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola, quando estavam escrutinadas 97,3% das mesas de voto.

Os resultados provisórios foram divulgados hoje pelo porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Lucas Quilundo, numa altura em estavam escrutinadas 97,3% das mesas de voto, pelo que não deverá haver alterações substanciais, adiantou.

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) elege 124 deputados e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) fica com 90 assentos parlamentares.

A histórica Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), o Partido de Renovação Social e o estreante Partido Humanista de Angola, único liderado por uma mulher (Bela Malaquias) elegem dois deputados cada um e a coligação CASA-CE deixa de ter representação parlamentar.

UNITA chegou a dizer que venceu

Ainda quando só eram conhecidos os dados avançados na noite de quarta-feira e que também davam a vitória ao MPLA, o número dois das listas da UNITA, Abel Chivukuvuku, afirmou, no entanto, que os dados provisórios recolhidos das eleições de quarta-feira apontam para uma vitória do partido.

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“Os nossos centros de escrutínio [dão] claros indicadores provisórios de tendência de vitória da UNITA em todas as províncias do no nosso país”, afirmou Chivukuvuku, em conferência de imprensa.

Como exemplo, Chivukuvuku indicou que, nos municípios da província de Luanda, o partido no poder (MPLA) ganhou apenas em um município.

Segundo Filomeno Vieira Lopes, dirigente do Bloco Democrático, partido que se associou às listas da UNITA, os dados atuais, só na província de Luanda, indicam que em 60% dos números contabilizados pelo partido, 66% dos votos são na maior formação da oposição.

Perante o confronto de números tão diferentes, Abel Chivukuvuku sustentou que o processo “tem de ser pacífico”: “somos todos angolanos, somos todos atores da história de Angola, temos todos interesse que tudo corra bem”.

Segundo Filomeno Vieira Lopes, o “sistema está montado para ser verificado” e, em “caso de divergência há contestações e confrontação” nos órgãos respetivos.

Nelito Ekuikui, secretário provincial da UNITA para Luanda, disse que há vários casos de assembleias de voto que não publicaram ainda as atas síntese que resultam da contagem dos membros da mesa, fiscalizadas pelos delegados dos partidos.

“Há situações em que os delegados dos partidos recusam assinar as atas porque não correspondem ao que se passou”, afirmou Neito Ekuikui.

Chivukuvuku acrescentou, na mesma conferência de imprensa, que permanecem detidos cinco delegados e contestou a divulgação de uma sondagem na noite de quarta-feira pela Televisão Pública de Angola (TPA), violando a própria lei eleitoral.

“A Assembleia Nacional da República de Angola aprovou uma lei que determina que em período eleitoral não podem ser publicadas sondagens” e a TPA apresentou “supostas sondagens que dariam uma vantagem ao partido no poder”.

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