Apple. CEO avança com iCar autónomo e comenta Tesla e Elon Musk

Numa entrevista ao podcast Sway, o CEO da Apple, Tim Cook, falou inicialmente sobre a polémica que mantém com o Facebook e Mark Zuckerberg acerca da protecção de dados e das fake news. Mas o que despertou a nossa atenção foi quando o tema passou a versar sobre o futuro automóvel da Apple (ao minuto 26.40), o que esse veículo tem para oferecer de diferente e com que inovações a tecnológica norte-americana o vai dotar para garantir que o iCar – assim será, potencialmente, a denominação do modelo – possa ter o mesmo sucesso dos iPhone e iPad.

O que esperar do carro da Apple

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De momento, ninguém sabe se o projecto passa por um veículo único ou uma gama de modelos, nem se o gigante americano – estamos perante a empresa mais valiosa do mundo, com uma capitalização bolsista de 2.150 mil milhões de dólares, um valor superior aos 15 maiores construtores de automóveis – pretende produzir um veículo simples, destinado a funcionar como robot-táxi, ou se vai optar por uma solução mais refinada, visando satisfazer os clientes particulares. Mas as afirmações de Cook não deixam margens para dúvidas sobre o que é verdadeiramente importante para o iCar:

A condução autónoma é uma tecnologia essencial, segundo o meu ponto de vista, e se analisarmos o assunto em pormenor, um automóvel é, em vários aspectos, um robot”, afirmou o CEO da Apple à Sway.

Impossibilitado de confirmar a existência para breve do iPhone sobre rodas, porque vai contra a política da casa, Cook avançou com tantas pistas quanto possível, afirmando que “um carro autónomo é um robot”, para de seguida admitir “vamos ver o que a Apple é capaz de fazer”. O CEO confessou ainda que, internamente, a companhia de Cupertino desenvolve “muitas coisas e nem todas chegam a ver a luz do dia, mas isto não significa que esta vá ser fabricada”, referindo-se ao automóvel da casa.

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Tim Cook evitou a questão sobre se os objectivos da sua marca apontavam para a comercialização do veículo com a tecnologia autónoma, ou se simplesmente a tecnologia que visa prescindir do condutor. Mas sempre adiantou que a estratégia passará por “integrar hardwaresoftware e serviços, tentando encontrar a intersecção entre eles, pois é aí que a magia ocorre”, para depois deixar escapar: “Adoramos controlar a tecnologia primária em torno de tudo isso.”

O mundo evoluiu muito e os veículos eléctricos modernos de hoje podem ser vistos como computadores sobre rodas, conectados, recheados de sistemas, serviços e apps que há muito nos habituámos a lidar através dos nossos smartphones. E se a Tesla trabalha com margens de 24% nos seus veículos, é natural que a Apple tenha decidido que conseguiria fazer melhor, tendo em conta que controla as áreas-chave, da tecnologia das baterias ao software que pode fazer a diferença, associando-o mais facilmente ao telemóvel e à casa.

O que Tim Cook diz da Tesla e de Elon Musk

Foi pela boca de Elon Musk, o CEO da Tesla e dono de mais de 20% das acções, que se soube que, no início, o sul-africano que lidera o fabricante norte-americano de veículos eléctricos chegou a abordar a Apple para avaliar o interesse desta em adquirir a Tesla, proposta a que nunca obteve resposta. Confrontado com esta situação, Tim Cook admitiu: “Nunca falei com Elon Musk, mas tenho um grande respeito e admiração pela empresa que ele construiu”.

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Esclarecendo o que pensa acerca da empresa que, em breve, vai passar a ser a sua rival na produção de veículos eléctricos, Cook revelou que “que a Tesla fez um trabalho incrível, não só para se estabelecer como líder, mas manter essa posição durante um tão longo período no mundo dos veículos eléctricos, o que me leva a ter por ela um grande apreço”.

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Resta aguardar para saber quem vai fabricar o carro da Apple, sabendo-se que não vai ser difícil encontrar um fornecedor à altura. A Apple não quer investir em fábricas próprias, solução que utiliza com os iPhone, produzidos na China, e procura alguém que possua instalações em vários continentes, para evitar os impostos às exportações. As negociações com a Hyundai-Kia e a Nissan não correram bem, mas agora que os concorrentes tradicionais da Apple já anunciaram que também eles pretendem dedicar-se à indústria automóvel, como a Xiaomi, Huawei e LG, a pressão para a Apple avançar para o iCar é ainda maior.

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