Mês de julho foi o mais mortífero de sempre para árabes em Israel

O mês de julho foi o mais mortífero de sempre para a comunidade árabe de Israel, com 28 assassinatos, numa escalada de violência que envolve grupos criminosos e clãs familiares, anunciou hoje a organização Iniciativas de Abraão.

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O número ultrapassa os 24 assassinatos de maio e os 25 registados em junho, que constituíram recordes na altura, mostrando uma espiral crescente de violência inter-árabe, um dos principais problemas de segurança interna de Israel.

A minoria árabe de Israel está a viver uma situação de violência sem precedentes, com 138 mortos nos primeiros sete meses do ano, segundo os dados citados pela agência espanhola EFE.

O número é mais do dobro dos 64 assassinatos no mesmo período de 2022 e representa um recorde histórico de violência no seio da comunidade árabe de Israel.

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O recorde anterior era de 126 mortes violentas em 2021.

Em julho, ocorreram 33 assassinatos em Israel, 28 dos quais envolvendo árabes, 85% do total numa comunidade que representa apenas 21% da população israelita.

As duas últimas vítimas foram Abed Hasuna, 39 anos, morto a tiro na segunda-feira em Lod, e Assad Abu-Heikel Agbarya, na cidade de Um al Fahm, que morreu no domingo à noite, dias depois de ter sido baleado.

A polícia atribui a escalada da crise ao facto de grande parte dos efetivos policiais ter sido desviada para protestos contra a reforma judicial do Governo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

Mas ativistas pela igualdade e integração árabes em Israel culpam décadas de passividade e desinteresse pela situação da comunidade árabe.

Esta criminalidade concentra-se no norte do país, no chamado “triângulo árabe”, onde o movimento de protesto tem sido minoritário e onde não se registaram grandes manifestações ou perturbações dos serviços nos últimos sete meses.

A polícia só resolveu até agora 11% dos casos de assassínio, enquanto a taxa sobe para 60% entre a maioria judaica, de acordo com o jornal Haaretz, citado pela EFE.

Segundo a Iniciativas de Abraão, cerca de 75% dos homicídios na comunidade árabe têm origem no crime organizado, enquanto os restantes são atribuídos a rixas de sangue, femicídios envolvendo membros da família e outras atividades criminosas.

As autoridades israelitas não conseguiram pôr termo ao derramamento de sangue, apesar de terem prometido mais recursos, incluindo mais polícias e fundos para resolver os problemas sociais no setor árabe que estão na base da onda de criminalidade.

Em junho, o Governo formou um comité interministerial para combater a violência no setor árabe, mas ainda sem resultados tangíveis.

Muitos em Israel veem o facto de o extremista Itamar Ben Gvir, conhecido pela sua retórica antiárabe, chefiar o Ministério da Segurança Nacional, que controla a polícia, como um grande impedimento, acrescentou a EFE.

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