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Bebês recebem tratamento à base de cocô materno

Diferente dos bebés nascidos de parto normal, os de cesárea não têm contato com microorganismos fecais da mãe. Assim, eles deixam de ser expostos a bactérias com papel essencial no desenvolvimento do sistema imunológico.

Com a microbiota intestinal enfraquecida, esses bebês são mais susceptíveis a desenvolver doenças como alergias, asmas e diabetes tipo 1, além de outros problemas que podem surgir na vida adulta.

Assim surgiu uma forma inusitada de melhorar a imunidade dos bebês nascidos de cesariana, alimentando-os com pequenas quantidades de fezes da mãe. Essa substância era diluída no leite materno, poderia estimular o surgimento das bactérias intestinais.

Os especialistas selecionaram sete mães voluntárias para o estudo, que tiveram material fecal colectado três semanas antes do parto, para verificar a presença de patógenos.

Após o nascimento, cada bebê recebeu 3,5 miligramas das fezes maternas, misturadas ao leite. Eles tiveram a microbiota intestinal testada ao nascer e passaram por novos testes em dois dias, uma semana, duas semanas e três meses.

Terminado o período, os pesquisadores notaram que a microbiota dos bebês que receberam o material fecal era semelhante à dos nascidos de parto normal. Eles chegaram à conclusão depois de comparar dados colectados no Hospital Universitário de Helsinque e também um conjunto de informações globais.

“Isso não foi projectado como um estudo de segurança, mas descobrimos que é eficaz e apoia o conceito de transferência vertical da mãe para o bebê”, comentou o especialista do Programa de Pesquisa de Microbioma Humano da Universidade de Helsinque Willem de Vos, coautor da pesquisa.

 Apesar dos resultados satisfatórios e da possibilidade de adopção da prática no futuro, os autores fizeram um importante alerta às gestantes.

Segundo eles, esse tipo de experimento só deve ser feito em ambiente clínico, pois o material fecal precisa passar por testes “quanto à segurança e adequação”.

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