Um adolescente de 14 anos foi acusado na quinta-feira de ter assassinado quatro pessoas na sua escola no sudeste dos Estados Unidos, enquanto o seu pai foi acusado de homicídio involuntário, anunciaram as autoridades locais.

O suspeito, Colt Gray, é acusado de ter morto dois professores e dois adolescentes de 14 anos que também eram alunos da escola Apalachee em Winder, cerca de 70 quilómetros a nordeste de Atlanta. As nove pessoas feridas no ataque “vão recuperar totalmente”, anunciou o xerife local Jud Smith numa conferência de imprensa na quinta-feira à noite.

O Georgia Bureau of Investigation (GBI), que anunciou que Colt Gray seria julgado como adulto, disse que ele seria apresentado em tribunal na sexta-feira.

“A investigação sobre o tiroteio na Escola Apalachee continua”, disse o GBI no X. “Este é o segundo dia de uma investigação muito complexa e o devido processo é fundamental”, acrescentou.

Na quinta-feira à noite, o GBI anunciou também que o pai do adolescente tinha sido detido e acusado de quatro crimes de homicídio involuntário.

“Esta acusação resulta do facto de o Sr. Gray ter permitido conscientemente que o seu filho Colt possuísse uma arma”, declarou o Diretor da GBI, Chris Hosey, numa conferência de imprensa.

Citando fontes não identificadas, a CNN tinha noticiado anteriormente que a arma utilizada na quarta-feira era uma espingarda de assalto AR-15 – cujo nome é frequentemente utilizado em tragédias deste tipo – e que tinha sido oferecida pelo pai do adolescente como presente ao filho.

A questão da responsabilidade dos pais de menores responsáveis por assassínios está a tornar-se cada vez mais importante nos Estados Unidos.

“Como é possível ter uma espingarda de assalto em casa, destrancada, e saber que o seu filho sabe onde ela está?”, perguntou o Presidente Joe Biden na quinta-feira. “Precisamos de responsabilizar os pais que permitem que os seus filhos tenham acesso a estas armas”.

Em abril, os pais de um adolescente que matou quatro alunos na sua escola do Michigan foram condenados a penas entre 10 e 15 anos de prisão, o que aconteceu pela primeira vez nos Estados Unidos.

A tragédia de Winder foi a última de uma série de incidentes macabros nos Estados Unidos, há muito assolados por assassínios em escolas e universidades.

Estas tragédias são recorrentes nos Estados Unidos, onde há mais armas do que pessoas e onde os regulamentos sobre a compra de armas, incluindo armas militares, são relativamente frouxos.

As sondagens mostram que a maioria dos eleitores é a favor de um controlo mais rigoroso da compra e utilização de armas, ao qual se opõe o poderoso lobby das armas, a NRA.