Os lucros da Taurus, o maior fabricante de revólveres do mundo, caíram 44,9% no primeiro semestre do ano, prejudicados pelas novas restrições às armas impostas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil.

O lucro semestral do fabricante brasileiro cifrou-se em 348,4 milhões de reais segundo um comunicado enviado à bolsa, na segunda-feira.

A principal razão para o mau desempenho da empresa foi a “incerteza” no mercado brasileiro no primeiro semestre do ano, provocada pela mudança de governo a 01 de janeiro, quando Lula da Silva sucedeu a Jair Bolsonaro, que facilitou a posse e o uso de armas por civis.

As novas restrições impostas pelo governo de Lula da Silva refletiram-se numa queda de 74,2% nas vendas no Brasil, passando de 186 mil armas no primeiro semestre de 2022 para 48 mil armas no mesmo período deste ano.

A empresa disse que as incertezas se prolongaram durante todo o semestre, até que o governo brasileiro publicou, no final de julho, o decreto que estabeleceu as novas regras que regem o mercado de armas, muito mais restritivas do que as da era Bolsonaro.

Entre outras alterações, o cidadão comum passa a poder ter no máximo duas armas de fogo, metade do que tinha no tempo de Bolsonaro, e os caçadores podem ter um limite de seis armas, quando até dezembro passado podiam acumular 30.

No entanto, a queda nas vendas não se restringiu ao Brasil, e as vendas líquidas da Taurus caíram 29,1% em todo o mundo, para 923 milhões de reais (cerca de 180 milhões de euros) no primeiro semestre.

Nos Estados Unidos, onde é gerado 82,5% do volume de negócios da Taurus, as vendas caíram 21,0% no semestre, para 608 mil armas.

A empresa explicou que esta queda ocorre depois de ter registado um “recorde histórico” de vendas naquele país nos últimos anos.