A cimeira EUA-África, que decorre até 16 de Dezembro em Washington, levanta a questão do lugar da África nas principais instituições internacionais.
“Precisamos de criar mais espaço para África”, foi o que disse o Presidente senegalês Macky Sall numa longa entrevista com o New York Times. À margem desta cimeira, que reúne os Estados Unidos e 49 Estados africanos, o presidente, que é também o actual presidente da União Africana, detalhou uma visão africana da arquitectura internacional, numa altura em que esta última foi perturbada pela guerra russa contra a Ucrânia.
Enquanto o continente tem uma população de 1,4 mil milhões de habitantes e um PIB de 2,7 triliões de dólares, “a África ainda está na periferia”. Para Macky Sall, que pretende visivelmente trazer uma voz africana a Washington, é tempo de o continente ter mais lugares em instituições globais, desde o G20 até ao Conselho de Segurança da ONU. “Temos de ser parte das soluções e não apenas um ponto de conversa”.
LEIA TAMBÉM
- Oriente/África: Os EAU Decretam A Proibição De Vistos A Todos Os Cidadãos Da Nigéria, Gana, 17 Outros Países Africanos
- Moçambique: PR. Nyusi Inaugura Projecto De Areias Pesadas Em Chibuto
- Saúde/Acne Hormonal: Tudo O Que Precisa De Saber Para Se Ver Livre Dela
Enquanto a candidatura de África ao G20 “está no bom caminho”, com o continente capaz de contar com o apoio da França, China, Rússia e Arábia Saudita, “para o Conselho de Segurança da ONU, o debate é mais difícil”, lamenta o chefe de Estado, que afirma claramente os desideratos africanos. Macky Sall acredita que a África, que tem 54 estados, deveria ter “dois lugares permanentes com direito de veto”.
Questionado sobre o conflito entre a Ucrânia e a Rússia, Macky Sall disse também que “esta guerra tem de acabar”. Para nós, africanos, isto é o mais importante: não nos alinharmos atrás da Rússia ou da Ucrânia – mesmo que tenhamos dito que as fronteiras dos países devem ser respeitadas”. Mas, acrescentou, parecendo distanciar-se da posição americana, acrescentou: “No final, dizer que a Rússia é culpada não resolve o problema. Para além de nomear um culpado, a guerra deve ser travada”.
