Congresso Nacional Africano suspende secretário geral suspeito de corrupção

O Congresso Nacional Africano, no poder na África do Sul, suspendeu o seu secretário-geral, Elias  “Ace”  Magashule, devido à suspeitas deste último estar envolvido em casos de corrupção, investigados desde 2014 . A decisão, vista como uma  vitória política do Presidente Cyril Ramaphosa, foi  rejeitada por Magashule, que decidiu reagir a supensão.   

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Elias Magashule ou  Ace Magashule, como é conhecido na África do Sul, recusou abandonar as funções e  considerou que Jessie Duarte, vice-secretária do Congresso Nacional, que assinou  a carta notificando a suspensão do secretário-geral do partido, não dispõe de prerrogativas que a habilitam a tomar semelhante decisão.

 Magashule, na sua qualidade de secretário geral do partido respondeu, na quarta-feira à noite, com uma outra carta, na qual ele comunica a suspensão de Cyril Ramaphosa como presidente do Congresso Nacional Africano. 

Suspeito de envolvimento em actos de corrupção, Ace Magashule tinha recebido um ultmato no dia 30 de Março, para se demitir das funções de secretário-geral do ANC (Congresso Nacional Africano), depois de indiciado por desvio de dinheiro público, quando exercia o cargo de governador  da província de Free State em 2014.

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Segundo as investigações efectuadas no âmbito do escândalo de corrupção, no qual esteve alegadamente envolvido Magashule, cerca de 10 milhões de euros (12 milhões de dólares) de dinheiro público foram desviados.

O secretário-geral da primeira força política da África do Sul, assim como uma dezena de outros dirigentes do ANC, são acusados de fraude, desvio de fundos públicos e de branqueamento de dinheiro.

Magashule de 61 anos, considerou inconstitucional o seu afastamento e anunciou que vai recorrer da decisão, vista nos círculos políticos sul-africanos como uma vitória política do Presidente Cyril Ramaphosa.

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O  comité executivo nacional do Congresso Nacional Africano, apelou Elias Magashule a respeitar a decisão tomada pelas instâncias do partido, que depois  da sua chegada ao poder em Abril de 1994 com o fim do regime de apartheid, tem deparado com sérias dificuldades para melhorar a sua imagem,  afectada por vários escândalos de corrupção.

Este fim de semana, o comité executivo nacional do ANC  deve reunir-se para divulgar as medidas que vão  ser tomadas para afastar ou suspender os membros do partido acusados de corrupção.

Na sua carta em  que ele decide suspender Cyril Ramaphosa  das funções  de presidente do Congresso Nacional Africano, Elias “Ace” Magashule  afirma que, a sua medida se baseia na resolução 8.2 da quinquagésima quarta conferência nacional do partido sul-africano, cujo artigo estipula  que  “todos os quadros acusados  ou suspeitos  de estarem envolvidos em práticas de corrupção, são passíveis de explicações ao Comité de Integridade, ou então de perante a Comissão de Disciplina, de acordo com a resolução 8.3, que prevê a suspensão de funções e o  afastamento, enquanto decorrem as investigações e os procedimentos judiciais“.

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A suspensão de Ace Magashule é mais um episódio na luta de influência e pelo poder, no cimo da hierarquia do Congresso Nacional Africano, entre os partidários do actual chefe de Estado,Cyril Ramaphosa e os do seu antecessor Jacob Zuma.

Segundo  o politólogo Mcebisi Ndletyana, a suspensão de Ace Mantashe é uma viragem no seio do ANC, assim como um sinal claro, de que o partido está decidido a sanear as suas fileiras.

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