Cultura: Abdulrazak Gurnah, Prémio Nobel da Literatura: “Os exailados são uma das grandes narrativas do nosso tempo

Tanzanian novelist Abdulrazak Gurnah, winner of the 2021 Nobel Prize for Literature, poses at his home in Canterbury, Britain, October 7, 2021. REUTERS/Henry Nicholls

Tal como um dos seus heróis, Abdulrazak Gurnah nasceu em Zanzibar e encontrou refúgio no Reino Unido. Isso foi em 1968. Agora ganhou o Prémio Nobel da Literatura pela sua poderosa obra sobre colonialismo, exílio e racismo.

Prémio Nobel da Literatura de 2021 pela sua “análise intransigente e compassiva dos efeitos do colonialismo e do destino dos refugiados apanhados entre culturas e continentes”, Abdulrazak Gurnah é autor de uma dúzia de romance. No Paraíso, um jovem escravo, Yusuf, junta-se ao comércio de caravanas do seu mestre no início do século XX na África Oriental.

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A colonização começa, enquanto há muito tempo terminou – tendo moldado o mundo – quando começa Perto do Mar, que segue Saleh Omar, um velho que deixou Zanzibar para procurar asilo em Inglaterra, com na sua magra bagagem um pedaço de oud, um maravilhoso incenso que cristaliza toda a memória da sua vida antes… Dois textos que dão uma ideia da grande subtileza e do encanto indescritível deste “clássico da literatura pós-colonial”, que descreve com arte tanto as desigualdades e condições de poder dentro da sociedade como a capacidade dos seres de extrair algo de bom – e belo – dos traumas que enfrentaram.

Tendo por base sempre a temática dos refugiados, publicou 10 livros.

“Memory of Departure”, a sua primeira obra, foi lançada em 1987 e conta a história de um jovem talentoso que tenta uma nova vida sob a protecção do tio em Nairobi, no Quénia, mas ante a humilhação de que é alvo regressa à sua casa, onde o pai é alcoólatra e uma irmã é forçada a prostituir-se.

Em declarações à Fundação Nobel, o escritor pediu uma outra forma de ver os refugiados.

“Muitas destas pessoas que vêm, vêm por necessidade, e também, francamente, porque têm algo para dar. Não vêm de mãos vazias”, afirmou Abdulrazak Gurnah, realçando são “pessoas talentosas e enérgicas”.

Na reforma actualmente, ele foi durante muitos anos professor de Inglês e Literaturas Pós-coloniais na Universidade de Kent, Canterbury, no Reino Unido.

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