Este pequeno país da América Central, onde o tráfico de droga é frequente, tem uma das taxas de homicídio mais elevadas do mundo.

Apesar da operação contra a Mara Salvatrucha, um dos bandos mais perigosos do país, a polícia de El Salvador vacilou. « Este sábado, 26 de Março, terminou com 62 homicídios no país », anunciou a Polícia Nacional Civil no Twitter. « Não recuaremos nesta guerra contra bandos, não deixaremos de capturar e levar à justiça os criminosos responsáveis por estes actos », acrescentou. Vários chefes de gangues foram presos e são acusados de serem « responsáveis pelas mortes nas últimas horas », disse a polícia.

Em resposta à súbita onda de violência, o Parlamento aprovou um estado de emergência, solicitado pelo Presidente Nayib Bukele, para facilitar o trabalho policial. O decreto, que é válido por um mês, declara que « o estado de emergência é declarado em todo o país devido a graves perturbações da ordem pública por grupos criminosos ». Restringe a liberdade de reunião, a inviolabilidade da correspondência e das comunicações, e permite detenções sem um mandado.

« Desde ontem assistimos a mais um ressalto nos homicídios, algo contra o qual temos vindo a trabalhar arduamente. Enquanto lutamos contra os criminosos na rua, estamos a tentar decifrar o que está a acontecer e quem está por trás e a financiá-lo », disse Nayib Bukele numa declaração, que convocou uma reunião de crise de oficiais de segurança.

O Chefe de Estado pediu ao Ministério Público para tratar todos os casos de membros de gangues com a mesma « eficiência », avisando que iria ficar de olho nos « juízes que favorecem os criminosos ». A Mara Salvatrucha, Barrio 18 e outros bandos que vivem principalmente do tráfico de droga e extorsão têm um total de cerca de 70.000 membros em El Salvador, dos quais mais de 17.000 estão na prisão, de acordo com as autoridades. El Salvador registou 1.140 homicídios em 2021, o número mais baixo desde o fim da guerra civil em 1992. Mas El Salvador é normalmente um dos países com a mais alta taxa de homicídios, até 82,8 por 100.000 habitantes em 2017, de acordo com o UNODC.