Eleições em Moçambique: Tudo começa pelas autárquicas

O chefe de Estado moçambicano, também presidente da FRELIMO, partido no poder, foi o primeiro líder nacional a exercer o seu direito de voto. Filipe Nyusi apelou à afluência dos cidadãos e para que aguardem em casa a divulgação dos resultados. 

As autoridades moçambicanas iniciaram, em várias assembleias, a contagem dos votos das eleições autárquicas, realizadas nesta quarta-feira, 11.

As eleições foram realizadas num só dia em 65 autarquias, 12 das quais novas. Os 4.8 milhões de eleitores tinham à sua disposição 6.785 mesas de assembleias de voto.

Nalgumas mesas da cidade de Maputo, o número de eleitores não atingiu a metade dos previstos. Noutras partes do país, a votação iniciou depois da hora acordada, 7:00 horas.

Não foi reportada violência, mas os principais partidos da oposição – Renamo e MDM – queixaram-se de atropelos, com realce para casos de indivíduos que foram encontrados com de boletins de votos previamente preenchidos.

O Consórcio Mais Integridade, composto por sete organizações da sociedade civil moçambicanas, disse hoje, pouco antes do fecho das urnas, que a votação nas eleições autárquicas decorria em geral com normalidade, apesar de atrasos na abertura de algumas mesas.

“No geral, a votação está a decorrer normalmente, salvo lentidão em alguns municípios, como a Beira, na província de Sofala, situação que está a provocar agitação dos eleitores”, referiu o consórcio numa nota de avaliação do processo, enviada à comunicação social.

egundo o consórcio Mais Integridade, que está a observar pelo menos 30 municípios, dos 65 existentes, as mesas de voto registaram uma “boa afluência nas primeiras horas”, apesar de terem sido também registados “atrasos significativos” na abertura de alguns postos de votação.

Atraso na chegada do material, desordem na fila e falta de material estão entre algumas razões apontadas pelo consórcio para a demora na abertura de algumas mesas de voto.

“Apesar de o processo de abertura poder ser considerado calmo, no município de Nacala-Porto, em Nampula, registaram-se casos de vandalismo, com jovens a arremessarem pedras contra eleitores na fila”, acrescentou o consórcio, referindo que foi necessária a intervenção da polícia.

Na nota, os observadores eleitorais queixaram-se ainda de terem sido impedidos de assistir o processo de abertura das mesas de voto em Insaca, na província do Niassa, e Nacala-Porto, em Nampula, ambas no norte de Moçambique.

Mais de 4,8 milhões de eleitores moçambicanos são chamados a escolher até às 18:00 locais (17:00 em Lisboa) 65 presidentes dos Conselhos Municipais e eleitos às Assembleias Municipais, incluindo em 12 novas autarquias aprovadas por Conselho de Ministros em outubro de 2022, que se juntam a 53 já existentes, num total de 1.747 membros a eleger.

Moçambique está a iniciar um novo ciclo eleitoral, que além das autárquicas, prevê eleições gerais em 09 de outubro de 2024, nomeadamente com a escolha do novo Presidente do país, cargo ao qual o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, já não pode, constitucionalmente, candidatar-se.

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