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Falta de material no ICOR frustrou expectativas de paciente com cancro da mama

Graça disse que não precisou abrir mão de nenhuma actividade e que continua a fazer um tratamento (quimioterapia) oral, e que vai continuar até os próximos cinco anos para garantir que o cancro não volte, já que um ano depois também desenvolveu o cancro na mama direita (e também seguiu com tratamento e hoje em dia está “bem”).

A falta de divulgação de informações detalhadas sobre o cancro da mama e muitas outras doenças, muitas vezes faz com que muitas mulheres descubram a doença num estágio já avançado e que a única opção é a remoção total da mama. Graça referenciou que, de facto, até a altura do seu diagnóstico pouco sabia sobre a doença, e acrescento:

“Eu acho que quando se dá uma informação às pessoas, depois tem que se pegar nessa informação e explicar aos ‘bocadinhos’, porque nem toda a gente entende as coisas com a mesma rapidez. E eu acho que se devia fazer um trabalho de uma forma que todas as pessoas de todo o tipo de nível entendessem bem. Há muita gente que não faz a mínima ideia de quais sejam os sintomas do cancro da mama. Se nós pudéssemos ter alguém que pudesse sentar e explicar e trocar em miudinhos para que as pessoas pudessem perceber seria melhor.”

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Graça não fez o tratamento do cancro da mama em Moçambique, mas afirma que, por ter feito os primeiros exames cá, mais concretamente no Instituto do Coração (ICOR), sentiu alguma fragilidade no sistema de saúde. Para ela, o atendimento não correspondeu com suas expectativas, principalmente pela relativa demora na entrega dos resultados e pela falta de algum material que se registou na altura, cenário completamente oposto ao que assistiu no hospital de Nelspruit.   

A importância da mamografia

Diagnosticar o cancro precocemente aumenta significativamente as chances de cura, 95% dos casos identificados em estágio inicial têm possibilidade de cura. Por isso, a mamografia é imprescindível, sendo o principal método para rastreamento da doença.

Muitas mulheres que conseguem diagnosticar cedo o cancro da mama e que recebem o devido acompanhamento, não chegam a precisar remover a mama. É importante referenciar que a história familiar é um grande factor de risco que pode desencadear o cancro da mama, portanto, fazer os exames a partir da puberdade pode ajudar a controlar melhor o corpo e descobrir doenças ainda na fase inicial.

Graça Colimão Nolan fez saber que existem casos de outros tipos de cancro na família, mas que o apoio entre os membros sempre ajudou a ultrapassar o processo que se inicia com a descoberta da doença, até a fase do tratamento e superação da doença.  

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Envolvimento em causa social

Como forma de apoiar outras mulheres que tiveram ou têm cancro da mama, a nossa entrevistada criou um grupo virtual denominado “Lacinho Rosa”. Neste grupo, as envolvidas oferecem apoio moral e não só, umas às outras, e ajudam a desmistificar questões ligadas ao cancro da mama. Ela conta que algumas das mulheres que fazem parte do grupo ainda sentem-se incomodadas para falar abertamente sobre o assunto e que preferem fazê-lo de forma particular.

Um dos exemplos de solidariedade entre as mulheres do “Lacinho Rosa” ocorreu quando, após uma das integrantes ter descoberto que tinha a doença, viu-se debilitada durante o tratamento e, por isso, ficou sem o cabelo, e as integrantes do grupo também cortaram o cabelo como forma de mostrar envolvimento com a causa.

O outubro rosa é sem dúvidas uma altura de maior consciencialização sobre o cancro da mama. Mas este mal este entre nós todos os dias, na família, na comunidade, no trabalho, enfim, em todo o lado. Por isso, divulgar informações adequadas sobre esta doença e demonstrar empatia para com quem tem a doença, pode ser uma das melhores formas de combater o cancro da mama.

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