O Paris Saint-Germain demonstrou firmeza nesta sexta-feira (21) ao descartar o craque Kylian Mbappé para uma viagem pelo Japão, no que pode simbolizar um ponto sem volta no conflito entre o astro francês e o clube parisiense. O PSG quer que o jogador renove seu contrato (que se encerra em um ano) ou já possa vendê-lo neste verão europeu, mas se recusa a permitir que Mbappé saia sem indenizações de ruptura ao final do contrato.
Este cenário representaria uma perda considerável de receita para o atual campeão da Ligue 1 do Campeonato Francês. Em termos jurídicos, a situação é favorável a Mbappé, que pode cumprir seu último ano de contrato e não é obrigado a aceitar uma transferência desde agora. O clube usa, assim, outro método de pressão: privá-lo da excursão no Japão e na Coreia do Sul, que começa neste sábado (22) e termina no dia 3 de agosto.
O ídolo do Parque dos Príncipes é colocado, assim, no grupo de jogadores descartados, com o argentino Leandro Paredes e o alemão Julian Draxler. A diferença é que Mbappé é o maior artilheiro da história do clube, com 212 gols em 260 jogos.
Na volta dos treinos das seleções, em 15 de julho, o presidente do PSG, Nasser Al-Khelaïfi, voltou a pedir ao entorno de Mbappé que esclarecesse suas intenções. Mas ele não obteve resposta, disse à AFP uma fonte próxima às negociações.
Acordo com Real Madrid
O novo episódio reaquece as especulações sobre a saída do campeão mundial de 2018 para o Real Madrid, a custo zero, em junho de 2024. Ele ainda receberia um bônus gigantesco por se transferir como agente livre, já que o clube da capital espanhola não pagaria por sua transferência.
Outra fonte próxima garante que o PSG já recebeu uma oferta de € 300 milhões da Arábia Saudita por Mbappé, destino improvável, mas que reflete o valor de mercado do jogador.
O Paris Saint-Germain se sente traído depois de “ajudar” e “apoiar” a família do jogador desde sua adolescência, como escreveu o PSG a Mbappé. A diretoria do clube lamenta que o craque não tenha optado pela solução proposta, na qual, a seu ver, ambas as partes sairiam ganhando: renovar para que o jogador não saia de graça, ou aceitar uma transferência de acordo com seu valor de mercado.
‘Ninguém é maior do que o clube’
Muitas vezes criticado no passado por ceder aos desejos de suas estrelas, o PSG mudou de tom e deixou claro que a instituição está acima de tudo. Foi o que reafirmou Nasser Al-Khelaïfi no dia da apresentação do novo treinador, Luis Enrique.
Se Mbappé “não quiser assinar, a porta está aberta, claro. Ninguém é maior que o clube, nenhum jogador, absolutamente nenhum, e nem eu”, insistiu ‘NAK’.
O entorno do jogador insiste na resposta dada há dias: o capitão da seleção francesa pretende chegar ao fim do seu último ano de contrato, sem renovar. Uma fonte do clube garante inclusive que próximos do atacante deram a entender que ele está disposto a passar uma temporada no banco de reservas.
Mbappé disputou o primeiro amistoso de pré-temporada do PSG, na sexta-feira, e marcou o último gol na vitória sobre o Le Havre (2-0).
Há meses a situação não para de ficar mais tensa entre o clube e seu emblemático jogador. Na temporada passada, o craque reclamou de seu papel na equipe e chegou a vazar a informação de uma possível saída em janeiro, descontente com a política de contratações.
Após um novo fracasso nas oitavas de final da Liga dos Campeões, ante ao Bayern de Munique, Mbappé disparou a polêmica frase “é o nosso máximo”, que congelou as suas ambições no clube. Em abril, ele criticou publicamente a comunicação do clube e, em junho, enviou um email avisando que não executaria a opção de renovação de contrato por mais um ano.
