História: Uma múmia encontrada dentro de uma estátua budista

Os académicos holandeses descobriram os restos mortais de um monge chinês sob o verniz dourado de uma estátua budista do século XI ou XII.

A análise de uma estátua budista datada dos séculos XI-XII revelou um segredo até agora bem guardado: a presença de uma múmia. Efectuada no Meander Medical Centre de Amersfoot (Países Baixos), esta “autópsia” revelou um esqueleto humano com mais de mil anos.

De acordo com as primeiras pistas recolhidas por Erik Bruijn, especialista em arte budista, a múmia poderia ser a de um famoso mestre budista chinês conhecido por Liuquan. Segundo o NL Times, um jornal holandês de língua inglesa, trata-se de um facto inédito. Nunca antes uma estátua tinha escondido restos humanos nas suas entranhas.

Para desvendar os mistérios desta estátua, os investigadores holandeses submeteram-na a uma bateria de testes. O véu foi levantado graças a uma TAC, um exame de raios X que recria uma imagem 3D de uma estrutura anatómica. As amostras retiradas do interior do Buda revelaram também algumas relíquias muito especiais no lugar dos órgãos: rolos de papel cobertos com caracteres chineses.

No entanto, esta não é a primeira vez. Em 2005, uma análise efectuada em Paris a estátuas coreanas do período Koryo (séculos X a XIV) revelou a presença de pérolas, sementes e pedaços de tecido.

Segundo os investigadores holandeses, esta descoberta pode ser o resultado da automomificação. Esta prática, proibida desde o século XIX, obrigava os que a ela se submetiam a seguir uma dieta muito específica até à morte. O processo, que durava vários milhares de dias, terminava com o monge encerrado numa cavidade suficientemente grande para o acomodar. O monge tinha de ficar na posição de lótus e tocar um sino todos os dias para indicar que ainda estava vivo. Após o último toque, os seus companheiros esperavam mais mil dias antes de abrirem o túmulo e o verem mumificado. Se estiver curioso, o Buda está atualmente em exposição no Museu de História Natural de Budapeste (Hungria) até junho de 2015.

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