Autoridades da Tailândia e do Camboja iniciaram discussões fundamentais sobre segurança fronteiriça na Malásia, com representantes de ambos os países reunidos para abordar seis questões cruciais que poderão transformar as relações na sua fronteira contestada.
A reunião a nível de secretariado, realizada de 4 a 6 de agosto, serve como preparação para negociações ministeriais de alto nível marcadas para 7 de agosto.
O encontro do Comité Geral da Fronteira (GBC) foi transferido de Phnom Penh para Kuala Lumpur por razões de segurança, devido às tensões persistentes na região.
A delegação tailandesa é liderada pelo Diretor-Geral do Departamento de Assuntos Fronteiriços, que também atua como Secretário do GBC para a Tailândia.
A equipa integra representantes do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ministério do Interior, Conselho Nacional de Segurança, Ministério da Defesa, além dos ramos das forças armadas e polícia.
O General Datuk Mohd Nizam Jaffar, Chefe das Forças de Defesa da Malásia, recebeu ambas as delegações na segunda-feira à tarde, nas instalações oficiais das Forças Armadas Malaias, manifestando otimismo quanto a um diálogo produtivo.
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Comprar um espaço para minha empresa.Seis questões críticas na agenda
As conversações centram-se na manutenção do acordo de cessar-fogo alcançado a 28 de julho, com ambos os lados a procurar estabelecer mecanismos militares formais para evitar o ressurgimento de confrontos na fronteira.
Entre os pontos principais encontram-se propostas para a retirada de tropas e a criação de zonas seguras, com a discussão a focar-se em zonas desmilitarizadas ou em mecanismos de supervisão mutuamente aceites, destinados a reduzir as tensões a longo prazo.
Os responsáveis também irão investigar incidentes ocorridos antes do cessar-fogo, incluindo o esclarecimento das vítimas militares e civis, um processo que poderá influenciar significativamente a confiança mútua entre os países vizinhos.
A criação de canais locais de coordenação assume especial relevância, sobretudo em áreas sensíveis da fronteira, como Chong An Ma, na província de Ubon Ratchathani, com o objetivo de permitir contactos diretos em situações de emergência e evitar mal-entendidos que possam escalar para a violência.
A Tailândia tem defendido um sistema de troca de informações de inteligência para antecipar ameaças e diminuir confrontos resultantes de falhas de comunicação.
Além disso, ambos os lados exploram a possibilidade de restaurar a cooperação económica e social, incluindo a reabertura de postos fronteiriços temporários em zonas ainda não oficialmente operacionais.