A decisão do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu de ocupar totalmente a Faixa de Gaza expõe as crescentes contradições e a falta de ação eficaz da comunidade internacional diante de uma crise humanitária cada vez mais grave.
De acordo com reportagens de veículos como i24NEWS, The Jerusalem Post, Channel 12 e Ynet, Netanyahu anunciou que as operações militares israelenses serão ampliadas por toda a região, incluindo as áreas onde os reféns do Hamas estão mantidos.
Um alto funcionário não identificado no gabinete de Netanyahu declarou ao Channel 12:
“Hamas não libertará mais reféns sem rendição total, e nós não vamos nos render. Se não agirmos agora, os reféns morrerão de fome e Gaza continuará sob controle do Hamas.”
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Comprar um espaço para minha empresa.Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores da Palestina condenou veementemente os planos, pedindo à comunidade internacional que “intervenha urgentemente para impedir a sua implementação, seja como forma de pressão, teste para avaliar reações internacionais, ou uma ameaça séria.”
O gabinete de Netanyahu não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário da Al Jazeera.
O anúncio ocorre enquanto Netanyahu prepara-se para reunir seu gabinete de guerra, discutindo os próximos passos na ofensiva em Gaza, no contexto de um conflito que já dura quase dois anos.
A comunidade internacional enfrenta críticas crescentes por sua resposta insuficiente, especialmente diante do aumento do número de mortos palestinos devido à desnutrição e aos ataques israelenses.
Somente na segunda-feira, ao menos 74 palestinos, incluindo 36 civis buscando ajuda humanitária, foram mortos em ataques israelenses, segundo fontes médicas em Gaza.
O líder israelense mantém firme seu objetivo:
“Devemos continuar unidos e lutar para alcançar todos os nossos objetivos de guerra: derrotar o inimigo, libertar nossos reféns e garantir que Gaza não represente mais ameaça para Israel”, afirmou Netanyahu.
Em resposta, o alto representante do Hamas, Osama Hamdan, acusou os Estados Unidos e outros países ocidentais de “fechar os olhos para as atrocidades israelenses”, atribuindo ao governo Netanyahu a “plena responsabilidade pela vida dos reféns, devido à sua teimosia, arrogância e evasão de um acordo de cessar-fogo.”
Desde outubro de 2023, as autoridades de saúde de Gaza contabilizam mais de 60.930 palestinos mortos, incluindo ao menos 18.430 crianças.
Ainda permanecem nas mãos do Hamas 49 reféns, sendo que acredita-se que 27 estejam mortos, segundo informações das autoridades israelenses.
Este cenário evidencia a crescente desconexão entre a gravidade da crise humanitária e a lentidão das respostas internacionais, colocando em xeque a eficácia e coerência das ações globais diante do conflito.