Em meio a uma guerra prolongada contra o Hamas, Israel elevou ainda mais a pressão militar sobre a Faixa de Gaza nesta segunda-feira, anunciando uma nova campanha que inclui a « conquista » do território palestiniano.
O plano, aprovado pelo gabinete de guerra israelita, prevê o deslocamento interno de « a maioria » dos habitantes de Gaza, segundo informações do exército, que já começou a mobilizar « dezenas de milhares de reservistas » para a operação.
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A retomada da ofensiva israelita em Gaza no dia 18 de março pôs fim a dois meses de trégua e marcou a resposta contínua ao ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou 1.218 israelitas, a maioria civis.
Dos 251 reféns sequestrados naquele dia, 58 ainda permanecem em cativeiro, sendo que 34 foram declarados mortos pelo exército israelita.
Do lado palestiniano, os dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU, indicam pelo menos 52.567 mortos, a esmagadora maioria civis.
O novo plano militar de Israel
A expansão das operações inclui uma « campanha de grande escala » para assumir o controle de territórios estratégicos em Gaza, conforme declarou o porta-voz militar israelita, general Effi Defrin.
Além da ofensiva militar, o plano prevê o deslocamento forçado de civis para zonas consideradas « seguras », uma medida que tem levantado preocupações humanitárias internacionais.
Crise humanitária e bloqueio israelita
Gaza enfrenta um bloqueio total desde 2 de março, agravando uma crise já crítica, com deslocamentos em massa e escassez de alimentos e medicamentos.
O governo israelita afirma que há « comida suficiente » no território e condiciona a ajuda humanitária à libertação dos reféns, acusando o Hamas de desviar suprimentos.
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O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu mantém o discurso de « derrotar o Hamas » e « trazer os reféns de volta », enquanto aproveita a visita do presidente norte-americano Donald Trump ao Médio Oriente, entre 13 e 16 de maio, para avançar negociações.
Netanyahu também mencionou o apoio ao « plano Trump », que propõe um êxodo voluntário da população de Gaza e a reconstrução do território sob controle dos EUA, visando transformá-lo numa « Riviera do Médio Oriente ».
Reações internacionais e críticas
A ONU expressou alarme com o novo plano israelita, alertando para o risco de fome e violações do direito humanitário para os 2,4 milhões de habitantes de Gaza.
O secretário-geral António Guterres classificou a medida como « preocupante », enquanto o Escritório de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) denunciou a privação de suprimentos essenciais.
O Hamas, por sua vez, acusou Israel de « chantagem humanitária », enquanto o Fórum das Famílias dos Reféns israelitas criticou a estratégia, argumentando que ela coloca em risco tanto os reféns quanto os soldados.
Desde o início da guerra, mais de 850 soldados israelitas já morreram em combate.