O mundo da música despede-se de uma das suas figuras mais influentes. Sly Stone, cantor, compositor, produtor e multi-instrumentista norte-americano, faleceu aos 82 anos, anunciou a família do artista esta segunda-feira aos meios de comunicação norte-americanos.
“É com profunda tristeza que anunciamos a morte do nosso querido pai, Sly Stone, dos Sly and the Family Stone. Após uma longa luta contra a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e outros problemas de saúde, o Sly partiu em paz, rodeado pelos seus três filhos, o seu melhor amigo e a sua família alargada”, declarou a família em comunicado.
Apesar da dor da perda, os familiares afirmam encontrar consolo na certeza de que o legado musical do artista continuará a inspirar gerações futuras.
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Sly Stone liderou uma das bandas mais marcantes da história da música americana: Sly and the Family Stone, grupo multirracial e misto que desafiou as normas da década de 1960, tanto pelo estilo como pela sua composição. A banda destacou-se pela fusão inovadora de funk, soul, rock e psicodelia, tornando-se precursora de um som que influenciaria nomes como Prince, Miles Davis, Red Hot Chili Peppers e OutKast.
Um dos momentos mais memoráveis do grupo ocorreu durante o lendário festival de Woodstock, em agosto de 1969. Apesar de terem subido ao palco apenas às 3 da manhã no terceiro dia do festival, a sua atuação é amplamente considerada uma das melhores daquele evento icónico.
“Dada a hora tardia da atuação, os Sly and The Family Stone estavam surpreendentemente energéticos e afinados”, recorda o site oficial do festival.
O som do futuro
Entre 1967 e 1972, a genialidade de Sly Stone marcou profundamente a música com êxitos como “Dance to the Music”, “Everyday People” e o clássico “If You Want Me To Stay”. A sua criatividade transformou-o numa referência absoluta, muitas vezes comparado aos Beatles em termos de impacto, como referiu George Clinton, lenda do funk:
“Era como ver uma versão negra dos Beatles. Ele tinha o instinto da rua, da igreja e o brilho da Motown. Era tudo isso numa só pessoa.”
Glória, queda e redenção
O sucesso, porém, teve um preço. Sly Stone lutou durante décadas contra a toxicodependência, o que afetou a sua carreira e levou à dissolução da banda em 1973. Faltou a concertos, a sua produção tornou-se irregular, e acabou por ser detido várias vezes, chegando a viver numa carrinha.
Apesar de tudo, conseguiu recuperar. Nas suas memórias publicadas em 2023, Sly revelou que deixou as drogas em 2019. O músico terminou, pouco antes de morrer, o argumento que conta a história da sua vida, que a família tenciona divulgar futuramente, embora sem esclarecer se se trata de um guião para cinema.
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Em 1993, Sly and the Family Stone foi incluído no Rock and Roll Hall of Fame, consagrando a sua importância para a música global. A família recorda:
“Sly foi uma figura monumental, um verdadeiro pioneiro que redefiniu o panorama da música pop, funk e rock. As suas canções deixaram uma marca indelével no mundo, e a sua influência é incontestável.”