Viajando Na Ficção Com Lilly Maxwell: Entre O Amor E A Razão, Capitulo 5

“Quero o vulcãoque na terra não toca:o beijo antes de ser boca.

“Mia Couto- Poema “O instante antes do beijo”

Aquele dia triste e tenso chegava ao fim. Pouco a pouco os vizinhos e amigos deixavam a casa dos familiares do defunto, restando apenas os filhos e a viúva.

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Ana afastou-se no momento em que Miguel sentou ao lado de sua mãe, para deixa-los conversar a vontade. Afinal foram anos de separação e havia muitas mágoas e feridas por sarar. E este era o momento certo para deixar tudo para trás.

Com a casa praticamente vazia, Ana recolheu-se para seu quarto. Decidiu aliviar-se da roupas pretas que usou durante todo dia colocou um vestido de alças cinzento que ia até um pouco abaixo do joelho.Ela precisava de um banho morno e demorado , mas teria que esperar que ficassem só ela e Adélia para estar a vontade.

Sentou na cama e esticou suas pernas, usando uma das almofadas para suavizar onde havia pousado suas costas. Pegou no livro que estava por cima da mesinha de cabeceira , um romance que estava a ler ha alguns dias, pois precisava de algo para ajuda-la a passar o tempo. Não demorou a perder-se na história e esquecer do dia difícil que teve.

Mas o som da porta a abrir ,alguns minutos mais tarde, a devolveu ao mundo. Ana olhou para a porta a tempo de ver Miguel entrar. O choque estampado no seu rosto deu-lhe certeza que ele não esperava encontra-la ali.

– Me desculpe! Eu..ham…não sabia que estava aqui alguém.- Ele fala , atrapalhado.

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– Este é meu quarto. – Ana responde, puxando o lençol para cobrir seu corpo.

– Seu quarto?- Miguel questiona e seus olhos vão de encontro a fotografia por cima da mesinha de centro.

Sem pensar ele aproxima-se e pega no porta retrato, admirando a fotografia que já tinha anos.

– Vejo que muita coisa mudou por aqui. Este é o meu antigo quarto, não sabia que meus pais colocariam alguém a dormir aqui. E esta foto, meu Deus!

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Miguel esboça um sorriso lembrando do tempo em que aquela fotografia tinha sido tirada. Ana continua no canto, em alerta, acompanhando cada movimento dele dentro do quarto.

– Bem , não queria incomodar. Só queria… na verdade não sei bem o que me deu para vir a este quarto. Mais uma vez me desculpe.

– Tudo bem.

Com o olhar, ela acompanha seus passos, enquanto ele caminha até a porta. Mas ele para antes de sair e fecha a porta. Ana fica aflita, sem saber o que fazer.

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– Na verdade, eu queria entender porquê vives aqui. Isso é algo que deixou-me confuso, se é que me entendes.- Ele vira para olha-la.

– Ham…teus pais praticamente adoptaram-me, para tentar preservar a minha honra. Afinal de contas eu era uma mulher casada e pertencia a esta família segundo a tradição. Eu não fiquei feliz mas com o tempo aprendi a apreciar a companhia deles e aprendi muito com eles. deixaram-me trabalhar na fazenda, e é algo que gosto muito. Não me posso queixar- Explicou Ana.

– Então, queres dizer-me que em sete anos tu viveste aqui como se fosses casada comigo?- Miguel pergunta, espantado.

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– Sim.- Ana murmura e baixa a cabeça.

– Eu… não queria que fosse assim. Achei que tivesse te libertado, para que escolhesses o homem que deveria tornar-se teu marido. E não um desconhecido.

Ana levanta-se, ligeiramente irritada. Atira o livro a cama e cruza os braços.

– Então eu deveria agradecer-te por me deixares plantada no altar. É isso?

– Olha, eu nunca quis casar-me daquele jeito e acreditei que não fosse tua vontade também.- Ele justifica-se.

– Então pensaste em mim quando tomaste aquela decisão sem me consultar. Humilhaste-me em frente das pessoas que me são mais próximas. Trataste-me como se fosse um nada, e não como um ser humano com sentimentos. E foste embora, deixando-me para trás , sem saber como seria minha vida depois de tudo que aconteceu. E hoje vens dizer-me que pensaste em mim? Poupe-me. Tu não pensaste em mais ninguém senão em ti. Nem nos teus pais que só queriam o melhor para ti.

– Eles traíram-me primeiro. Manipularam-me para que aceitasse o casamento.- Miguel levanta a a voz, não conseguindo manter o controle depois das palavras acusatórias de Ana.

– Que bebé chorão que tu és. Por que um homem de verdade não volta atrás com a sua palavra, honra os compromissos que faz, não sai correndo como um covarde.- Ana perde a cabeça e aproxima-se, com um dedo acusador em frente ao rosto de Miguel.

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– Tu não me conheces. Eu não sou nenhum covarde.- Miguel responde furioso.

– Covarde. – Ana insiste e esboça um sorriso presunçoso que perfura o ego de Miguel, como uma adaga afiada.

Ele a segura pelos ombros num gesto ameaçador. Ana estremece mas faz de tudo para não mostrar seu medo. Ela o encara sem pestanejar, desafiando-o.

– Devias ter mais cuidado com as tuas palavras.- Miguel fala, ofegante.

– Tu não me metes medo.

– Essa tua língua afiada ainda vai te arranjar muitos problemas.- Os olhos de Miguel baixam e permanecem focados nos lábios carnudos de Ana.

Nesse momento ela percebe o quão próximo estão um do outro. Mas não se afasta a tempo de evitar o beijo , que mais uma vez , liga os dois em uma dança de amor e ódio. Dois sentimentos poderosos e devastadores que se confundem sempre que eles se encontram.

Mas segundos depois, Ana afasta-se deixando Miguel pendurado e quase delirando, depois do beijo que acabava de roubar.

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– Fora do meu quarto!- Ana berra. descontrolada.

– O quarto é meu, na verdade- Ele responde, não querendo perder.

– Eu disse fora!- Ana abre a porta e no mesmo instante as irmãs e respectivos esposos aparecem no corredor.

– O que se passa aqui?- Questiona uma delas.

Miguel olha para Ana, e abana a cabeça antes de responder.

– Não se passa nada. – Ele sai e Ana fecha a porta em seguida, irritada por não perceber porquê Miguel tem o poder de transforma-la nessa mulher com sentimentos a flor da pele. Logo ela que sempre foi ponderada em suas atitudes, reservada em suas palavras e com um controle de dar inveja a muitos.

Ela decide que o melhor que pode fazer é evita-lo, até que se vá embora. Por que ela tem certeza que ele irá, muito em breve. E sua vida voltará ao normal, sem beijos roubados, sem sonhos molhados e toda essa loucura que a segue sempre que ele está por perto.

Próximo capítulo brevemente

Publicado por  Lilly Maxwell

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