As autoridades angolanas estão dispostas a ajudar o governo de Moçambique a localizar duas meninas moçambicanas que foram traficadas para a África do Sul. As jovens, juntamente com outra rapariga moçambicana, foram vítimas de exploração sexual em Joanesburgo. Este apoio foi reafirmado por uma delegação angolana, liderada pela diretora nacional dos Direitos Humanos de Angola, durante uma reunião em Maputo, com o objetivo de trocar experiências e reforçar a cooperação na luta contra o tráfico humano.
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Comprar um espaço para minha empresa.O caso remonta a 2021, quando as autoridades angolanas receberam informações sobre três meninas encontradas numa casa de prostituição em Joanesburgo. A denúncia foi inicialmente feita pela Comissão Moçambicana dos Migrantes e Refugiados (Cemirde), que revelou o envolvimento de um cidada moçambicana de 26 anos, acusada de ter levado as meninas da cidade da Beira para a África do Sul.
Embora muitos detalhes sobre a viagem das meninas para a África do Sul permaneçam desconhecidos, a polícia sul-africana interveio e resgatou as vítimas. Uma delas foi levada para um centro de acolhimento em Joanesburgo, enquanto as outras duas foram entregues a um suposto tio, um cidadão angolano residente na África do Sul, encontrado através do Facebook.
De acordo com os relatos das vítimas, as meninas eram exploradas sexualmente no prostíbulo, e em caso de gravidez, os bebés eram vendidos para adoção. Esta versão foi confirmada pela diretora dos Direitos Humanos de Angola, Edvalda dos Santos, que frisou que ainda há poucos detalhes sobre o paradeiro atual das meninas e o desfecho do caso.
O magistrado moçambicano Francisco Cardoso, em nome da Procuradoria-Geral da República de Moçambique, garantiu que o caso está sob investigação e que, no momento adequado, mais informações serão divulgadas.
Angola tem registado 207 casos de tráfico de seres humanos entre 2015 e 2024, enquanto em Moçambique foram contabilizados 191 processos entre 2012 e 2023, evidenciando a gravidade do problema em ambos os países.