A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique informou na segunda-feira que foram abertos 1.251 processos-crime relacionados com o tráfico de droga em 2023, contra 1.035 em 2022, alertando para o aumento do comércio e consumo de estupefacientes no país.

“Temos dados do ano passado que indicam que o tráfico de droga no nosso país tem estado a aumentar, tivemos cerca de 1.251 processos-crime instaurados”, disse Amabélia Chuquela, procuradora-geral adjunta de Moçambique, à margem de um evento que reúne procuradores e directores de polícia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Maputo.

Amabélia Chuquela disse que a maior parte dos processos abertos em 2023 já foram julgados e os responsáveis condenados, acrescentando que no ano passado um traficante, que era procurado internacionalmente, foi extraditado para a Holanda.

“Moçambique está efetivamente na rota do tráfico de droga”, disse.

A procuradora-adjunta manifestou preocupação com o aumento do consumo de drogas em Moçambique, sobretudo entre os jovens e adolescentes, alertando para a necessidade de reforçar as medidas de prevenção e combate ao tráfico de drogas.

Várias organizações internacionais apontam Moçambique como um corredor de trânsito para o tráfico internacional de drogas para a Europa e Estados Unidos, sobretudo heroína proveniente da Ásia, mas também têm aumentado as apreensões de cocaína proveniente da América do Sul.

A reunião de três dias em Maputo junta procuradores e directores de polícia dos Estados membros da CPLP (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Princípe e Timor-Leste) para discutir o combate à criminalidade organizada, nomeadamente o terrorismo, e deverá definir um plano de ação conjunto para fazer face a este tipo de crimes.