Após a descoberta de depósitos significativos de gás natural ao largo da costa norte de Moçambique em 2010, as expectativas de prosperidade económica do país dispararam. Um relatório do FMI prevê 500 mil milhões de dólares em receitas totais até 2045 e uma taxa média de crescimento real do PIB de 24% com as exportações de GNL entre 2021 e 2025. As grandes empresas de energia TotalEnergies, ExxonMobil e Eni estão a desenvolver projectos integrados de GNL, ao mesmo tempo que novas empresas a montante entram no mercado e os desenvolvimentos de gás para energia se aproximam da conclusão.

FCNOOC adquire cinco blocos offshore

A empresa petrolífera chinesa CNOOC adquiriu cinco blocos offshore em Moçambique através das suas subsidiárias. Os blocos são detidos em parceria com o Ministério dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique e a estatal Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) e estão localizados nas zonas offshore de Save e Angoche. Nos termos do acordo, a fase inicial de exploração tem uma duração de quatro anos. As subsidiárias da CNOOC irão operar e deter interesses maioritários nos blocos, que incluem: S6-A (70%), 56-B (77,5%), A6-D (77,5%), A6-E (80%) e A6-G (79,5%).

ADNOC Acquires Stakes in Area 4

A empresa estatal Abu Dhabi National Oil Company (ADNOC) adquiriu da Galp uma participação de 10% na concessão da Área 4 da Bacia do Rovuma, em Moçambique. A aquisição, finalizada no início deste mês, confere à empresa uma participação na produção de GNL da concessão, que inclui a instalação operacional de FLNG Coral Sul, com 3,5 milhões de toneladas por ano (mtpa), o desenvolvimento planeado de FLNG Coral Norte, com 3,5 mtpa, e as instalações onshore de GNL Rovuma, com 18 mtpa. Como resultado, a Área 4 apresenta uma capacidade combinada de mais de 25 mtpa.

A central de gás para energia de Temane entrará em funcionamento em 2025

A Central Termoeléctrica de Temane, na província de Inhambane, deverá entrar em funcionamento em janeiro de 2025, produzindo 450 MW a partir dos campos de gás de Pande e Temane por um período de 25 anos.

Desenvolvida pelo produtor independente de energia Globeleg, pela empresa química e de energia Sasol e pela empresa estatal Eletricidade de Moçambique, a central aumentará a capacidade instalada de produção de eletricidade em Moçambique em 16%. A central tem como objetivo fornecer eletricidade a mais de 1,5 milhões de famílias até 2030, apoiar os esforços de industrialização e reforçar o papel de Moçambique como um centro energético na África Austral. A construção começou em março de 2022 e inclui uma linha de transmissão de 563 km para Maputo, com um valor total do projeto de 650 milhões de dólares.

Espera-se que a FID do Rovuma LNG ocorra em 2025

A ExxonMobil e a sua parceira Eni pretendem chegar a uma decisão final de investimento (FID) nas instalações do Rovuma
LING em 2025. A instalação de 18 Mtpa irá obter gás da licença da Área 4 na bacia offshore do Rovuma. No âmbito da parceria, a ExxonMobil lidera a construção e a operação das instalações de liquefação em terra do projeto, enquanto a Eni lidera o desenvolvimento do projeto Coral FLNG, que entregou a primeira carga em novembro de 2022

PetroSA e ENH assinam acordo de venda de gás

A PetroSA, empresa nacional de petróleo e gás da África do Sul, espera que o primeiro gás proveniente da ENH chegue ao país ainda este ano, para fazer face à escassez de combustível na África do Sul. Com uma licença de comercialização de gás obtida em março último, a PetroSA garantiu um acordo de venda com a ENH para uma quantidade inicial de 2 PJ de gás por ano, com potencial para aumentar para 200 PJ.

O gás será transportado através da Republic of Mozambique Pipeline Investments Company, que liga os campos de Temane e Pande, em Moçambique, à África do Sul. A PetroSA está também a planear uma empresa comum com a ENH para atrair clientes de gás e comercializar o gás offshore da Baía de Mossel.