Moçambique: África do Sul poderá extraditar Manuel Chang para Moçambique

O jornal sul-africano Daily Maverick escreveu na sua edição online de 21 de Agosto que é esperado que a África do Sul extradite o ex-ministro das finanças moçambicano Manuel Chang para Moçambique e não para os EUA, tendo aceite garantias de Maputo de que ele acabará por ser julgado por supostamente aceitar subornos num escândalo de 2 biliões de dólares, comummente chamado de escândalo das “dívidas ocultas”, em 2013.

A aparente decisão de Pretória de extraditar Chang para Moçambique surge quando vai iniciar nesta segunda-feira, 23 de Agosto, em Maputo, o julgamento de 19 outras pessoas implicadas no suposto golpe de empréstimo de 2013.

Chang não estava originalmente entre os réus ou aparentemente na lista de 70 testemunhas, mas é possível que agora ele seja adicionado, escreve o Daily Maverick.

A notícia da não extradição para os Estados Unidos já provocou algumas reacções, nomeadamente de Adriano Nuvunga, do CDD Moçambique – Centro para a Democracia e Desenvolvimento.

O director do CDD escreveu no Twitter que « a extradição de Manuel Chang para Moçambique não só falha o povo de Moçambique, como vai perpetuar a corrupção, o crime organizado e estado de captura no sul de África »

https://www.moz.life/mozbox/produit/safari-na-reserva-especial-de-maputo-passeio-para-2-pessoas-1-dia/

Manuel Chang, antigo ministro da economia e finanças de Moçambique, não faz parte, até ao momento, da lista dos réus ou declarantes do julgamento do caso das dívidas ocultas, que lesou o estado em 1.7 mil milhões de euros e que arranca esta segunda-feira no país. 

Chang enfrenta acusações de fraude e corrupção por alegadamente receber milhões de dólares em subornos para assinar cerca de 2,2 biliões de dólares em empréstimos do Credit Suisse e do banco russo VTB a agências governamentais de Moçambique para comprar traineiras de pesca e embarcações de patrulha militar em 2013 e 2014.

O ex-ministro das Finanças moçambicano foi preso em Dezembro de 2018 no Aeroporto Internacional OR Tambo, Joanesburgo, e mantém-se na prisão desde então, enquanto a África do Sul analisa pedidos de extradição.

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