O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, realiza entre os dias 16 e 18 deste mês uma visita de trabalho a França a convite do seu homólogo francês Emmanuel Macron, anunciou hoje o gabinete do chefe de Estado de Moçambique.
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Um comunicado da Presidência moçambicana avança que Filipe Nyusi vai participar na Cimeira sobre Financiamento das Economias Africanas marcada para o dia 18 em Paris.
No encontro, os participantes vão « interagir e trocar experiências, ao mais alto nível, com os parceiros de cooperação internacional, visando fazer face aos desafios económicos impostos pela pandemia da covid-19, através de iniciativas e estabelecimento de mecanismos inovadores », refere a nota.
A Lusa noticiou na sexta-feira que, além de Filipe Nyusi e Emmanuel Macron, a cimeira vai contar com a presença de outros chefes de Estado e de Governo africanos e europeus, incluindo o primeiro-ministro de Portugal, António Costa e o Presidente de Angola, João Lourenço.
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Na noite de segunda-feira, o Presidente Emmanuel Macron vai acolher os líderes africanos no Palácio do Eliseu para um jantar e a conferência vai acontecer na tarde de terça-feira, no Grand Palais Ephemere, construído junto à Torre Eiffel, enquanto o Grand Palais original está em obras.
Outros líderes europeus como Mario Draghi, primeiro-ministro italiano, ou Pedro Sanchez, primeiro-ministro espanhol, também vão marcar presença na capital francesa.
Durante a sua presença em Paris, o Presidente moçambicano vai manter encontros bilaterais com o seu homólogo francês e com o primeiro-ministro português.
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Na agenda bilateral do encontro entre Emmanuel Macron e Filipe Nyusi estão os ataques de grupos armados na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, e os planos de coordenação entre os países vizinhos para fazer face ao terrorismo naquela região, assim como as diversas ofertas de ajuda por parte de Portugal, Estados Unidos e França, segundo fonte do Eliseu.
O norte de Moçambique é desde 2017 alvo de ações de grupos armados que aterrorizam a província de Cabo Delgado, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 714.000 deslocados de acordo com o Governo moçambicano.
Um ataque a Palma, junto a um projeto de gás em construção, em 24 de março, provocou dezenas de mortos e feridos, sem balanço oficial anunciado.
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As autoridades moçambicanas anunciaram controlar a vila, mas o ataque levou a petrolífera francesa Total a abandonar o recinto do empreendimento que tinha início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década