Moçambique: Operadores de Transportes bloqueiam a fronteira de Ponta Do Ouro

Os operadores de transportes moçambicanos bloquearam na terça-feira de manhã o posto fronteiriço de Ponta de Ouro entre Moçambique e a província sul-africana de Kwazulu-Natal.

De acordo com uma reportagem da estação de televisão independente STV, nenhum veículo com matrícula sul-africana foi autorizado a atravessar a fronteira em qualquer direcção. Discussões com as autoridades para pôr fim ao bloqueio estavam em curso ao final da manhã.

O bloqueio foi uma retaliação pela queima de veículos com matrículas moçambicanas por multidões sul-africanas.

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Apesar das conversações entre os governos moçambicano e sul-africano, a situação agravou-se durante o fim-de-semana, quando mais dois veículos com matrícula moçambicana, um deles um autocarro de passageiros, viajando na rota Maputo-Durban, foram incendiados em KwaZulu-Natal. Isto elevou para nove o número de veículos atacados e incendiados.

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Segundo uma fonte, citada na edição de terça-feira do diário “Notícias” de Maputo, a situação ocorre numa altura em que as comunidades de Mbazwana e Hluhluwe, em KwaZulu-Natal, estão à espera que as autoridades moçambicanas e sul-africanas resolvam as suas preocupações, sobre o alegado roubo de veículos, que são traficados para Moçambique. O roubo de automóveis é a única desculpa citada para os ataques contra os veículos moçambicanos.

Os últimos ataques ocorreram apesar das garantias dadas pela Ministra dos Negócios Estrangeiros moçambicana, Veronica Macamo, de que o governo está a trabalhar com a sua homóloga sul-africana para investigar o caso dos veículos incendiados.

Na semana passada, a Ministra do Interior, Arsénia Massingue, e a sua homóloga sul-africana, Bheki Cele, realizaram uma reunião destinada a discutir crimes transfronteiriços, bem como a onda de ataques perpetrados contra veículos moçambicanos.

A maioria dos operadores moçambicanos tinha suspendido as viagens ao longo da rota Maputo-Durban após os primeiros ataques de multidões criminosas sul-africanas.

“Mas um dos operadores voltou a utilizar a rota, pois acreditava-se que a situação estava sob controlo, graças às reuniões entre as autoridades para resolver o dilema”, disse o presidente da Associação Internacional de Transportadores do Centro de Maputo, Frederico Ambrósio, que confirmou os ataques.

Para discutir a situação, os representantes dos proprietários dos veículos destruídos na África do Sul esperam ser recebidos pelo Governo moçambicano.

“A audiência no Ministério dos Negócios Estrangeiros estava marcada para ontem [segunda-feira], mas foi adiada para hoje [terça-feira], para que o representante do último veículo queimado possa fazer parte da reunião”, disse Mamad Daud, porta-voz do grupo.

Ele acrescentou que os transportadores já não viajarão através da Ponta de Ouro para Durban. Em vez disso, atravessarão a fronteira em Goba, e viajarão via Eswatini, embora esta seja uma rota muito mais longa e mais cara.

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