Estão reunidas as condições para permitir à TotalEnergies retomar o seu projecto de exploração de gás natural no país, suspenso desde 2021, na sequência de um grande ataque jihadista, garantiu esta semana, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.
No final de Março de 2021, um ataque coordenado à cidade costeira de Palma forçou o grupo francês a suspender um projecto de desenvolvimento de gás natural de 16,5 mil milhões de euros. As instalações ainda em construção na península de Afungi foram evacuadas.
“A cooperação e coordenação com a Total é muito boa. O ambiente de trabalho é propício para que a empresa retome as operações a qualquer momento”, afirmou Filipe Nyusi, que falava numa conferência sobre mineração e energia na capital moçambicana, Maputo.
Cautelas
A TotalEnergies mostra-se há vários meses cautelosa quanto à possibilidade de reiniciar as suas operações em Moçambique.
O CEO da empresa francesa, Patrick Pouyanné, visitou o país em Fevereiro e manteve conversações com o presidente moçambicano.
No mês passado, o subcontratante italiano da gigante francesa, Saipem, anunciou os preparativos para retomar o trabalho, dizendo ter sido informado de que “a segurança melhorou”.
A situação de segurança obrigou à interrupção das actividades há mais de dois anos. Mas para o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, estão reunidas as condições para o reinício das actividades. “A nossa ambição é desenvolver a operação em terra do projecto moçambicano de GNL, que é operado pela TotalEnergies. Esperamos que esteja operacional em breve, porque é urgente aproveitar a oportunidade oferecida pelo aumento dos preços de mercado. A cooperação e a coordenação com a TotalEnergies são muito boas. O ambiente de trabalho é propício para que a empresa retome a actividade a qualquer momento.
Três condições…
Esta impaciência explica-se, nomeadamente, pelos efeitos económicos esperados deste projecto. Vários milhares de milhões de dólares por ano em receitas fiscais, segundo os analistas. Por seu lado, o subcontratante italiano Saipem prepara-se para retomar os trabalhos em Julho. O grande grupo francês é, no entanto, mais prudente. Contactada pela RFI, a TotalEnergies, que detém cerca de um terço das acções do projecto, afirma que “o grupo de investidores levará o tempo que for necessário”.
Três condições são necessárias para um “eventual” reinício das actividades, diz a empresa. Garantias de segurança, mas também de direitos humanos. O relatório da missão confiada a Jean-Christophe Rufin continua a ser aguardado. Além disso, uma visão clara dos custos do projecto após esta interrupção. Custos que devem permanecer fixos.