Na Itália: idosos com mais de 80 anos podem ser “deixados morrer”

Em Itália os idosos são o grupo de maior risco de complicações pelo coronavírus, podendo tomar medidas drásticas caso o número de leitos não seja o suficiente.

Segundo a unidade de gerenciamento de crises de Turim, caso a pressão sob o número de leitos disponíveis aumente, eles poderão negar acesso a cuidados intensivos a pessoas com mais de 80 anos, segundo o jornal The Telegraph.

Os médicos da Itália estão apreensivos pela vida da população idosa com mais de 80 anos, isso porque, alguns dos pacientes que precisarem de tratamento e não receberem o tratamento intensivo poderão ser deixados morrer.

A unidade de gerenciamento de crises no entanto, conseguiu elaborar um protocolo, ele é que vai determinar as pessoas com mais de 80 anos que poderão ou não receber terapia intensiva em caso terem um número baixo de leitos.

O departamento de Proteção Cívil da região italiana de Piemonte, que é uma das mais afectadas até o momento pelo coronavírus, reportou que existem critérios para decidir quais pacientes vão ou não receber a terapia intensiva, esses incluem pacientes com menos de 80 anos de idade, ou uma pontuação menor que 5 no Índice de Comorbidade de Charlson, que é uma maneira de identificar quantas doenças pré-existentes os pacientes têm.

Outro critério que será usado em caso de superlotação será a capacidade de o paciente conseguir se recuperar caso necessite de uma ressuscitação.

Segundo um médico, a decisão de quem irá viver ou morrer será tomada de acordo com a idade e condições de Saúde da pessoa. Ele acrescenta que é assim que acontece em casos de guerra.

Roberto Testi, presidente do comitê técnico-científico de coronavírus de Piemonte, disse ao The Telegraph: “Aqui em Piemonte, pretendemos adiar o máximo possível o uso desses critérios. No momento, ainda existem locais de terapia intensiva disponíveis e estamos trabalhando para criar mais”.

“Queremos chegar o mais tarde possível ao ponto em que temos que decidir quem vive e quem morre. Os critérios referem-se apenas ao acesso à terapia intensiva aqueles que não obtêm acesso à terapia intensiva ainda receberão todo o tratamento possível. Na medicina, às vezes temos que fazer escolhas difíceis, mas é importante ter um sistema sobre como fazê-las.

Itália é o segundo país mais afectado até agora pela pandemia. Agora toda Itália está em quarentena.


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