Perigos da automedicação

Muita gente tem uma farmácia particular de remédios  (ou de plantas medicinais) para lidar com contratempos como dor de cabeça, coriza e resfriado. Mas a automedicação começa a se tornar um problema sério quando vira rotina. Não só porque sintomas recorrentes podem indicar algo mais sério, mas porque todo medicamento tem potencial nocivo quando corre solto nas suas veias. Hora de saber mais sobre a vida secreta da droga autoprescrita mais populares em Moçambique.

Paracetamol

Efeitos desejados: O remédio diminui o envio de mensagens aos receptores de dor e actua na regulação da temperatura do corpo, baixando a febre. Quando o paracetamol é metabolizado pelo fígado, uma pequena parte se transforma em uma substância tóxica, a NAPQI, que na maioria dos casos é rapidamente eliminada.

Efeitos indesejados: Para adultos, a partir de 4 gramas por dia ou 1 g de uma vez só, o fígado pode não dar conta de toda a NAPQI produzida. Nesse caso, aumenta o risco de lesões irreversíveis e falência do órgão. As crianças são ainda mais vulneráveis.

Parte das overdoses de paracetamol é intencional, mas existe um grande número de pessoas que passa da medida sem perceber. Ou porque acha que a droga é 100% segura — e nenhuma é — ou por desconhecer que muitos outros remédios para dor, febre, alergia e inflamação contêm o princípio activo.

Um comprimido de Torsilax, coloca 300 mg de paracetamol a mais na sua corrente sanguínea. Se suas noites forem frequentemente banhadas a três doses de álcool, o fígado, que a essa altura estará tomando uma lavada das NAPQIs, vai pedir para sair. Tomar paracetamol para curar ressaca, então, é apagar fogo com gasolina.