O líder da Junta Militar, Mariano Nhongo, considera nulo o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado da RENAM0, que teve seu reatamento na quinta-feira na província de Sofala.
Numa Teleconferência na cidade da Beira, Mariano Nhongo disse que não foi notificado sobre a desmilitarização do braço armado do partido, considerando o processo nulo e reiterando que é necessária a renegociação do acordo.
“O que eles estão a fazer não é nada. Os próprios guerrilheiros que estão a entregar as armas depois vão juntar-se a nós”, afirmou Mariano Nhongo.
O antigo líder de guerrilha da Renamo exige melhores condições de reintegração e a demissão do actual líder do partido, Ossufo Momade, acusando-o de ter desviado o processo negocial dos ideais do seu antecessor, Afonso Dhlakama, líder histórico que morreu em Maio de 2018, quando decorriam conversações de paz com o Presidente Filipe Nyusi.
Apesar de ameaças e incursões da autoproclamada Junta Militar da Renamo, nas províncias de Sofala e Manica, o processo do desarmamento do braço armado da Renamo previsto no acordo de 06 de Agosto do ano passado continua.
Pelo menos 38 guerrilheiros da Renamo em Sofala entregaram, entre quinta e sexta-feira, as armas no âmbito do processo de DDR.
A desmobilização deste grupo está a ser feita por fases, devido às medidas de prevenção contra a pandemia da Covid-19.
A primeira fase decorreu na quinta-feira e foram abrangidos 20 guerrilheiros, que entregaram as armas e foram reintegrados na vida civil.
A segunda fase decorreu sexta-feira na presença do Chefe de Estado, Filipe Nyusi, e do presidente da Renamo, Ossufo Momade, e abrangeu mais 18 guerrilheiros.
Na quinta-feira, o Ministro da Defesa, Jaime Neto, empossou Aníbal Rafael Chefe, um oficial da guerrilha da Renamo, no cargo de director do Departamento de Comunicações no Estado-Maior-General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique.