Portugal/Drogas: Bloom, a droga que está a enlouquecer o arquipélago da Madeira

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A venda e consumo, quase à vista de todos, de cristais contendo A-PHP, um estimulante sintético, não está isenta de consequências para a vida local no Funchal, a capital do arquipélago português. A revista semanal “Expresso” relata “tiroteios, detenções, locais assustados e turistas, hospitalizações por distúrbios mentais”.

“Atiram-se contra as paredes, mutilam-se e acabam por sangrar”. O testemunho de Dario Sanguedo, publicado nas colunas do Expresso esta semana, é impressionante. O comissário de polícia no Funchal, a capital do arquipélago da Madeira – a região de Portugal onde são consumidas as drogas mais sintéticas, salienta o semanário – relata a difícil apreensão pelas suas equipas de utilizadores “floridos”, como chamam a esta substância psicoactiva.

Aqueles que são viciados “são também violentos com as suas famílias, com todos os que se cruzam no seu caminho”, acrescenta o agente da polícia. Esta droga sob a forma de cristais, encomendada na Internet e entregue em casa, muito barata em comparação com a cocaína ou a heroína, tem estado nas notícias em Portugal há vários anos. E por uma boa razão: as consequências da sua circulação na Madeira são terríveis. Relatórios Expresso:

“É vendido e consumido quase ao ar livre, mesmo perto do centro do Funchal. Há tiroteios, detenções, locais assustados e turistas que se recusam a voltar, hospitalizações por distúrbios mentais”.


Aumento da criminalidade violenta e psicose tóxica


Por exemplo, no final de Setembro, só na Casa de saudé São João de Deus, uma clínica psiquiátrica que trata apenas homens adultos, já havia 120 internamentos por psicose tóxica devido ao florescimento. Pedro Gomes, presidente da Câmara Municipal de São Roque, refere o “alarme social” desencadeado por este problema de saúde pública, as páginas de queixas que recebe dos residentes, denunciando o aumento de crimes violentos, mas também os roubos e assaltos cometidos por toxicodependentes que “agarram qualquer coisa que lhes possa valer alguns euros para comprar a sua reparação”.

Para uma resposta mais rápida das autoridades, Pedro Calado, o presidente da câmara do PSD (direita) do Funchal, apela a uma alteração à actual legislação sobre drogas:

“Este é um trabalho para a sociedade como um todo, mas significa mudar a lei. Tal como está, o criminoso está sempre à frente.

Porque as drogas estão sempre a mudar. Por exemplo, a floração apreendida foi enviada em Julho para um laboratório forense em Lisboa, mas pode levar até sete meses para analisar a sua composição, diz Expresso. Entretanto, a droga, recentemente lançada no mercado, não consta oficialmente da lista de substâncias proibidas. O jornal conclui: “A lacuna legal e o tempo necessário para obter resultados de análise dão àqueles que comercializam [a droga] a sensação de que não estão a cometer qualquer crime”.

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