Na cidade russa de Kazan, às margens do rio Volga, o presidente Vladimir Putin acolhe, nesta terça e quarta-feira, a cúpula dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul). Apesar da ausência do presidente brasileiro, Lula, por motivos de saúde, o evento conta com a presença de cerca de vinte líderes estrangeiros, incluindo o presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, além de líderes do Irã, Turquia e o secretário-geral da ONU, António Guterres.
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Anuncie aqui: clique já!William Jackson, economista da Capital Economics, afirma que este evento será visto como um sucesso diplomático para Putin, demonstrando que os esforços ocidentais para isolar a Rússia não estão surtindo efeito. Durante um fórum econômico em Moscovo, Putin afirmou que os países do BRICS são motores de crescimento econômico global e que sua influência está se fortalecendo.
Os BRICS, embora ainda representem apenas 35% do PIB mundial, estão ganhando importância, especialmente após o alargamento anunciado no ano passado. Países como Irã, Egito e Arábia Saudita mostraram interesse em se juntar ao grupo, enquanto nações como Turquia, Tailândia e Vietnã também estão se manifestando.
Entretanto, a China continua a ser a principal potência do grupo, respondendo por cerca de 65% do PIB dos BRICS. Com a crescente interdependência entre os países membros, a cúpula em Kazan discutirá cooperação financeira e a possibilidade de dedolarização, com o yuan ganhando espaço nas transações comerciais.
Com a Rússia buscando expandir sua parceria econômica com o Irã, o encontro poderá acelerar o desenvolvimento de um relacionamento estratégico entre os dois países. Contudo, a diversidade dos BRICS significa que nem todos os membros endossam as posturas antiocidentais da Rússia, utilizando suas relações com os blocos ocidentais e o novo eixo China-Rússia como forma de alcançar seus objetivos.
A potencial inclusão de países como Turquia e Tailândia é vista mais como uma decisão econômica tática do que um verdadeiro alinhamento geopolítico. A Arábia Saudita, que ainda está avaliando sua entrada, não terá a presença do príncipe herdeiro em Kazan, sendo representada por seu ministro das Relações Exteriores.