A fadiga é uma resposta natural do corpo ao stress diário. Mas quando se torna constante, é necessária uma avaliação de saúde mais ampla. O excesso de trabalho e os desafios do mundo moderno podem cansar qualquer pessoa, mas esta fadiga tende a ser temporária e melhora após o descanso. Quando este não é o caso e a fadiga se torna intensa mesmo quando se realizam tarefas simples, é importante procurar ajuda médica e tratamento adequado.
“A fadiga constante pode ser um sintoma de várias doenças. As mais comuns são as perturbações do sono, stress, depressão, hipotiroidismo, anemia, falta de vitaminas, doenças cardiovasculares e pulmonares, infecções e tumores”, explica o Dr. Gutemberg Santos, neurologista.
Doenças das quais a fadiga excessiva é um sintoma
A fadiga – que leva ao desânimo corporal – pode ser um dos primeiros sinais de que algo está errado com o coração. Quando é aumentado ou fraco e não consegue bombear sangue eficientemente, pode causar a sensação de fadiga. Isto acontece em doenças como a angina, arritmia e insuficiência cardíaca.
Pode também ser um dos sintomas de doenças pulmonares crónicas, tais como asma, hipertensão arterial pulmonar (HAP) e doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), que causam problemas com a troca de oxigénio no corpo. Com pouco oxigénio, o paciente sente-se cansado mesmo depois de um pequeno esforço.
A diabetes também pode causar fadiga. Isto porque a doença, quando deixada descontrolada, causa um desequilíbrio no metabolismo e afecta a nutrição adequada e o controlo dos fluidos corporais e electrólitos.
Se acordar cansado, o problema pode ser à hora de dormir. As perturbações do sono, tais como insónia, apneia e síndrome das pernas inquietas, afectam a qualidade do descanso e tornam o sono inquieto.
Doenças mais raras – como a esclerose múltipla – podem também apresentar a fadiga como um dos seus sinais. Alguns pacientes descrevem a sensação de ter corrido uma maratona depois de executar tarefas diárias simples.
Demasiado sono e fadiga: o que é isso?
Dieta pobre
Uma dieta rica em gordura e açúcar e pobre em vitaminas e minerais não nutre devidamente o corpo e não fornece a energia necessária para as actividades diárias. A deficiência vitamínica e a anemia por deficiência de ferro estão entre as causas mais comuns de fadiga. Além disso, algumas dietas muito restritivas podem causar deficiência de albumina, o que altera a força do corpo e provoca a sensação de fadiga.
Cansaço crónico
Sentir-se constantemente cansado pode ser um sinal de síndrome de fadiga crónica. Segundo o Dr. Gutemberg Santos, este é um conjunto de sintomas que na sua maioria se manifesta como fadiga persistente e falta de força, mesmo para as actividades diárias. Esta síndrome ainda é pouco conhecida e ocorre geralmente após doenças infecciosas como a gripe, constipações ou sinusite. No entanto, mesmo após a recuperação destas condições, persiste o cansaço e a indisposição. Estas características têm sido observadas com alguma frequência mais recentemente em doentes com Covid-19.
Cansaço mental
Hoje em dia, muitas pessoas trabalham com computadores e realizam actividades que requerem um pensamento rápido, o que pode deixar o cérebro “cansado”. Forçá-lo a trabalhar com energia total durante demasiado tempo pode causar exaustão mental, levando à fadiga.
“Simplificando, a química necessária para manter o corpo e a mente activados tende a diminuir em algum momento”, explica o médico. É constituído por hormonas e neurotransmissores como o cortisol e a norepinefrina, que sofrem uma queda durante períodos de exaustão, levando a uma falta de atenção, desânimo, dificuldades de memória, perda de concentração e fadiga.
Quando devo procurar ajuda médica?
Se o problema persistir ou se agravar, é essencial consultar um médico para que o especialista possa avaliar a sua saúde geral. Só ele/ela poderá indicar o tratamento adequado a seguir.
