Trump antecipa comemoração a victória

Retórica agressiva de presidente americano confirma a sua intenção de partir para o confronto antes do resultado final.

O presidente Donald Trump expeliu raiva e rancor ao declarar-se antecipadamente victorioso, enquanto votos ainda são contados em sete estados indefinidos. A aparição, de madrugada na Casa Branca, cumpria o roteiro já antecipado pela campanha republicana, mas o presidente tratou de propagar o incêndio de forma drástica.

Sem apresentar evidências, disseminou a tese da fraude eleitoral, conclamou pela interrupção da apuração dos votos e ameaçou levar a eleição à Suprema Corte, quando tanto ele quanto seu adversário ainda têm caminhos claros para a victória.

Trump tem pressa para encerrar o jogo antes do apito final prefere partir para o confronto após garantir Flórida, Ohio e Texas para o campo republicano. E sem esperar o veredito em três estados do chamado Cinturão da Ferrugem Michigan, Pensilvânia e Wisconsin onde os democratas contam com a apuração, mais lenta, dos votos enviados por correio.

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A retórica esvazia instituições democráticas e convulsiona um país que se mostra repartido diante da escolha de seus eleitores. É a primeira vez que um presidente americano pronuncia a palavra fraude com tanta facilidade e tão insistentemente num processo eleitoral.

Sem o menor constrangimento, espalhou falsas teorias da conspiração em seus comícios. Porém, durante a madrugada, o fez no interior da Casa Branca diante uma plateia de partidários aglomerados e sem máscaras.

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“Isso é uma fraude para o público americano. Isso é uma vergonha para nosso país. Estávamos nos preparando para vencer esta eleição. Francamente, vencemos esta eleição.”

O presidente trilhou um caminho alternativo para levar a eleição à Suprema Corte, indicando a juíza conservadora Amy Coney Barrett para ocupar a vaga de Ruth Bader Ginsburg um mês antes do pleito. Sua rápida confirmação pelo Senado, a tempo de o tribunal decidir disputas desta eleição, deu mais ferramentas a Trump para sair vitorioso delas e tentar assegurar a reeleição.

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Mais cedo, numa visita à sede de sua campanha em Arlington, na Virgínia, o presidente deu um spoiler de suas intenções de partir para o confronto durante a madrugada. “Ganhar é fácil. Perder nunca é fácil. Não é para mim, não é.” Houve quem interpretasse, falsamente, como uma rara admissão de um Trump vulnerável. Puro engano.

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