UE/Energia: A União Europeia importa cada vez mais gás natural liquefeito russo

Embora os 27 Estados-Membros tenham conseguido reduzir drasticamente as suas importações de gás natural russo através de gasodutos, a quantidade de gás natural liquefeito (GNL) transportada por navio para a Europa aumentou significativamente, nota “Politico”.

“Os líderes europeus gabaram-se de terem reduzido a sua dependência do gás russo desde que Vladimir Putin invadiu a Ucrânia. Mas isso é apenas uma parte da verdade”, observa Politico no início do seu artigo.

Segundo números fornecidos pela Comissão Europeia, “de Janeiro a Setembro [2022], a UE [União Europeia] importou 54,2 mil milhões de metros cúbicos de gás da Rússia por gasoduto”. No mesmo período do ano anterior, o valor era de 105,7 mil milhões de metros cúbicos, o que significa efectivamente que as importações de gasodutos caíram mais de metade. Isto foi “uma fonte de orgulho para a UE, numa altura em que o objectivo era enfraquecer as finanças do Kremlin”, sublinharam os media europeus.

Mas o gás proveniente de Moscovo não chega apenas através de gasodutos. A Rússia também envia gás para a Europa por via marítima, sob a forma de gás natural liquefeito (GNL). E estas entregas não estão a abrandar, muito pelo contrário. “De Janeiro a Setembro de 2022, os países da UE importaram 16,5 mil milhões de metros cúbicos de GNL russo, contra 11,3 mil milhões no mesmo período do ano passado”, informa o Politico, que calcula um aumento de 46% num ano.

O risco de uma explosão de preços

Evidentemente, o meio de comunicação social modera, este gás é exportado pela Novatek, uma empresa russa privada, ao contrário do gás que chega por gasoduto, do qual a empresa estatal Gazprom tem o monopólio. Mesmo que os lucros não vão directamente para os cofres de Moscovo, “Novatek tem accionistas que estão próximos do Kremlin”, diz o site de notícias, citando uma análise publicada pela Universidade de Columbia em Nova Iorque.

Assim, o aumento das importações de GNL russo poderia permitir a Putin, num futuro próximo, chantagear “bloqueando as exportações para países não amigos, como fez com os gasodutos”, conclui o Politico.

A melhor solução seria então parar por completo as importações de GNL russo, mas isto faria disparar os preços. Apenas dois países na Europa deixaram até agora de comprar GNL a Moscovo: o Reino Unido e a Lituânia.

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