O Presidente venezuelano Nicolas Maduro na quarta-feira chamou à bateria de sanções ocidentais contra a Rússia em retaliação pela invasão da Ucrânia um “crime” e uma “loucura”.
“É um crime o que eles estão a fazer contra o povo russo, uma guerra económica”, disse Maduro, que fez repetidas declarações de apoio a um dos seus poucos aliados internacionais nos últimos dias, na televisão nacional.
“Tiraram-nos do sistema Swift, fecharam o seu espaço aéreo, fecharam todas as ligações comerciais, fecharam e proibiram o uso do dólar, é uma loucura o que estão a fazer com a Rússia”, continuou.
“As guerras económicas […] devem terminar no mundo, os problemas do mundo devem ser resolvidos por meios diplomáticos e políticos, preservando a paz no mundo”, disse Maduro.
Nicolas Maduro recordou que tinha falado por telefone com o seu homólogo russo Vladimir Putin na terça-feira, sublinhando: “Ele explicou-me em pormenor toda a operação militar […] todas as ameaças contra a Rússia. Eu senti serenidade, sabedoria e força moral no Presidente Putin”.
O Presidente Maduro também esperava que as negociações entre a Ucrânia e a Rússia produzissem “resultados favoráveis que restaurassem a paz e a estabilidade na região”.
Moscovo é um dos principais aliados de Nicolas Maduro, cuja reeleição em 2018 não foi reconhecida por parte da comunidade internacional e, em particular, pelos Estados Unidos, que procuram expulsá-lo do poder com sanções económicas em particular.
Antes da invasão, o presidente Chavista tinha dito: “A Venezuela está com Putin, está com a Rússia. É com as causas corajosas e justas do mundo”.
Recordou também que o seu antecessor e mentor Hugo Chavez (1999-2013) tinha apoiado a Rússia quando esta interveio na Geórgia, vindo em auxílio da autoproclamada república da Ossétia do Sul.
Moscovo e Caracas aproximaram-se durante a presidência do falecido Hugo Chávez, com a Venezuela, florescendo depois graças ao seu pico de produção de petróleo, comprando armas à Rússia, entre outras coisas.