O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, voltou a insistir que a Venezuela está pronta para auxiliar a Europa e os EUA com petróleo e gás, perante as dificuldades energéticas provocadas pela invasão da Ucrânia pela Rússia.
O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, voltou a insistir que a Venezuela está pronta para auxiliar a Europa e os EUA com petróleo e gás, perante as dificuldades energéticas provocadas pela invasão da Ucrânia pela Rússia.
« Eu digo à Europa, à União Europeia, e ao Presidente Joe Biden, dos EUA, que a Venezuela está aqui, que a Venezuela estará sempre aqui, e que o nosso petróleo e o nosso gás estão à disposição para estabilizar o mundo e para auxiliar no que houver que auxiliar », disse o chefe de Estado.
Nicolás Maduro falava durante um encontro com trabalhadores da empresa estatal Petróleos da Venezuela SA (PDVSA), transmitido pela televisão estatal venezuelana.
« A Venezuela está aqui, pronta e preparada para exportar os nossos produtos para todos os mercados que forem necessários. Aqui estamos », reiterou.
Antes, Nicolás Maduro explicou que « com a guerra na Ucrânia, vê-se a crise económica e energética no mundo » e referiu que « a Venezuela está a adquirir cada vez mais importância na equação da estabilidade energética e económica do mundo ».
« O inverno está a chegar ao norte. Há uma crise de abastecimento de gás e de petróleo. Uma crise que pode ser trágica e assustadora », disse.
Segundo Nicolás Maduro, a Venezuela vai continuar a trabalhar e a produzir.
« Nós não queremos guerra com ninguém. O que queremos é paz e cooperação », frisou o governante, chamando a atenção para o « bonito » que acontece entre a Venezuela e a Colômbia, que estão a retomar as relações bilaterais – que estavam cortadas desde 2019.
Por outro lado, explicou que a economia real venezuelana « tomou o seu curso » e que « os tempos económicos que se avizinham, para a Venezuela, nos próximos anos, são muito auspiciosos ».
« (…) Até 2030 e mais além, a Venezuela vai ser o milagre económico da América Latina e das Caraíbas », disse.
Por outro lado, recordou que devido às sanções internacionais, a Venezuela teve que « fazer das tripas coração, uma coisa por aqui e outra por acolá » para poder avançar.
« Fizemos muitas coisas em silêncio e muitas coisas continuaremos a fazer em silêncio, passo a passo », frisou Maduro.
Em 5 de junho último, Nicolás Maduro disse que o país tem o petróleo de que o mundo necessita e acusou a Europa e Estados Unidos de cometerem um suicídio económico ao sancionar a Rússia no âmbito da invasão da Ucrânia.
« O petróleo de que o mundo necessita para funcionar está aqui na Venezuela », disse.
Nicolás Maduro falava ao canal de televisão Telesur, no qual explicou ainda que « a Venezuela tem a quarta maior reserva mundial de gás », estando a avaliar o que poderá fazer para ter « a terceira ou a segunda ».
« Temos uma impressionante faixa de gás nas Caraíbas, no norte da Venezuela. Todo o gás de que necessitem », disse, sublinhando que toda a América do Sul é uma potência em gás e petróleo.
No entanto, insistiu que « o mundo tem de se livrar da relação baseada em chantagem, ameaças, coerção e em sanções ».
Em 19 de julho, o vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), Diosdado Cabello, anunciou que a Venezuela está disposta a fornecer petróleo e gás a Espanha e ao resto da Europa, mas com pagamento antecipado e através de um mecanismo que permita ao Governo, alvo de sanções internacionais, usar esses recursos.
« A Venezuela tem petróleo, não apenas para a Espanha, mas também para a Europa (…) mas têm que pagá-lo. E terão de pagar ao preço que é, e dadas as circunstâncias terão que pagar antecipadamente (…) e num mecanismo que permita à Venezuela utilizar os recursos que vão pagar por esse petróleo », disse, durante uma conferência de imprensa em Caracas.