Europa: Os 27 não querem tornar mais rigorosas as normas de emissões dos automóveis de passageiros

Os ministros da UE reuniram-se em Bruxelas na segunda-feira para o Conselho “Competitividade”. Decidiram manter as actuais normas de emissão de CO2 para os automóveis de passageiros.

Os Estados-Membros da União Europeia estão a pressionar no sentido de flexibilizar as normas de emissão Euro 7 para os automóveis. O objetivo destas normas é obrigar os fabricantes de automóveis a reduzir gradualmente as emissões de CO2, a fim de combater as alterações climáticas e melhorar a qualidade do ar.

Os 27 ministros reunidos em Bruxelas na segunda-feira para o Conselho “Competitividade” seguiram o exemplo da indústria automóvel**. Decidiram não mexer nas medidas existentes para os automóveis de passageiros. A França, a Itália e a República Checa, que possuem grandes construtores, deram um impulso nesse sentido.

“Estamos conscientes da importância da indústria automóvel, não só para a União Europeia, mas também para a indústria checa: 10% do PIB total, mais de 20% do total das exportações. Por isso, temos de estar conscientes do seu impacto”, explica Jozef Sikela, Ministro da Indústria checo.

A decisão dos Estados-Membros é contrária à proposta da Comissão Europeia. A Comissão pretendia reduzir significativamente as emissões e estabelecer normas mais rigorosas. Mas os fabricantes de automóveis sublinharam repetidamente que esta ambição geraria custos adicionais para a indústria e, por conseguinte, para os consumidores.

Para as organizações ambientais, esta decisão é dececionante.

“O Euro 7 era uma oportunidade para reduzir as 70 000 mortes causadas pelo transporte rodoviário todos os anos. Infelizmente, no caso dos automóveis, o Conselho não está a melhorar os limites em relação à norma Euro 6. Isto significa, essencialmente, que vamos ter os mesmos carros, apenas disfarçados e branqueados como Euro 7”, lamenta Anna Krajinska, da ONG Transport & Environment.

A Comissão Europeia queria que as normas Euro 7 entrassem em vigor em 2025. Mas o Conselho parece querer uma prorrogação. Além disso, os Estados-Membros terão de chegar a um acordo sobre este texto com o Parlamento Europeu.

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