Após a morte de John Magufuli, a vice-presidente tanzaniana Samia Suluhu Hassan, uma muçulmana de 61 anos, será a primeira chefe de Estado deste país da África Oriental e uma das poucas mulheres no poder no continente.
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Encerrando três semanas de ausência inexplicada e vários rumores, Hassan anunciou na quarta-feira à noite – em voz lenta e moderada – a morte do presidente Magufuli, reeleito para um segundo mandato em outubro.
Natural do arquipélago semiautônomo de Zanzibar, cujas relações com a Tanzânia continental são historicamente tensas, Hassan ocupará a presidência “pelo período restante do mandato de cinco anos”, ou seja, até 2025, de acordo com a Constituição da Tanzânia.
Conhecida por encorajar as mulheres a perseguirem os seus sonhos, esta mãe de quatro filhos já era a primeira vice-presidente da história do país, desde a chegada de Magufuli ao poder em 2015.
“Posso soar educada e não grito quando falo, mas o mais importante é que todos entendam o que eu digo e que as coisas sejam feitas como eu digo”, disse ela, no ano passado.
Nascida em 27 de janeiro de 1960 em uma família modesta – pai professor e mãe dona de casa -, Hassan tem mestrado em “desenvolvimento econômico comunitário” pela Universidade Livre da Tanzânia, em Dar-es-Salaam, e pela universidade de Southern New Hampshire, nos EUA.
“Posso soar educada e não grito quando falo, mas o mais importante é que todos entendam o que eu digo e que as coisas sejam feitas como eu digo”, disse ela, no ano passado.
Nascida em 27 de janeiro de 1960 em uma família modesta – pai professor e mãe dona de casa -, Hassan tem mestrado em “desenvolvimento econômico comunitário” pela Universidade Livre da Tanzânia, em Dar-es-Salaam, e pela universidade de Southern New Hampshire, nos EUA.
Apegado ao combate à corrupção, lançou grandes projetos de infraestrutura, mas também amordaçou a oposição e liderou uma repressão aos defensores dos direitos humanos e à mídia.
Em outubro, sua reeleição foi rejeitada pela oposição, que denunciou fraudes.
“Para aqueles que esperam uma ruptura com o estilo Magufuli, eu diria: ‘prendam a respiração por enquanto’”, comentou nesta quinta-feira o analista tanzaniano Thabit Jacob, pesquisador da Universidade Roskilde, na Dinamarca.
Para ele, a primeira mulher presidente da Tanzânia governará “com uma base muito mais fraca, que será controlada pelo clã Magufuli e pela Inteligência”.
“Ela terá dificuldades para construir sua própria base e surgirão rivalidades entre facções”, prevê.
Hassan será uma das poucas mulheres atualmente no poder na África, ao lado da etíope Sahle-Work Zewde, cujas funções são honorárias.