O BRICS+ representa a expansão do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para incluir economias emergentes interessadas em redefinir a estrutura econômica global. Atualmente, o grupo corresponde a cerca de 25% do PIB mundial e 40% da população global. Com a inclusão de novos países, o BRICS+ busca aumentar sua influência, potencialmente ultrapassando 30% do PIB global. Ao diversificar sua produção, desde matérias-primas até manufatura e energia, o grupo posiciona-se como uma alternativa aos blocos econômicos dominados pelo Ocidente.
Desde a sua formação, o BRICS expandiu para incluir países com economias e sistemas políticos variados, reunindo desde aliados próximos aos EUA até seus rivais. Esse grupo diversificado tem o objetivo de promover uma ordem mundial multipolar. Analistas sugerem que o BRICS+ abriga blocos distintos: o “Leste Global” (China, Rússia), que frequentemente se opõe aos EUA, e o mais neutro “Sul Global,” com membros como Egito e Emirados Árabes Unidos, que mantêm laços com o Ocidente.
Na recente cúpula do BRICS, realizada em Kazan, na Rússia, o presidente Vladimir Putin enfatizou a necessidade de criar um novo sistema de pagamentos para substituir o dólar, promovendo a “desdolarização.” No entanto, a ausência de alternativas viáveis limita a eficácia dessa iniciativa. Até agora, o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), criado para apoiar essa visão, distribuiu apenas US$ 33 bilhões em empréstimos, destacando sua capacidade limitada.
Desafios Internos e Rivalidades Geopolíticas
Os países membros do BRICS+ enfrentam divergências em suas prioridades econômicas e diplomáticas. Enquanto China e Rússia buscam reduzir a dependência dos sistemas financeiros ocidentais, Índia e Emirados Árabes Unidos preferem uma abordagem mais gradual, mantendo suas moedas no comércio global. Além disso, disputas territoriais entre Índia e China e a ênfase do Brasil em questões ambientais revelam as complexidades da colaboração entre os membros.
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Anuncie aqui: clique já!A rivalidade entre EUA e China também impacta a dinâmica do BRICS+. Enquanto a China avança com a Iniciativa do Cinturão e Rota, outros membros, como Índia e Brasil, demonstram cautela em relação à influência chinesa, o que dificulta a formação de uma frente unida. Além disso, o NBD, sediado em Xangai, enfrenta limitações financeiras para competir com instituições globais, como o Banco Mundial.
Perspectivas para o Futuro
Para fortalecer sua posição no cenário global, o BRICS+ precisará equilibrar os interesses variados dos seus membros e definir uma estratégia de cooperação econômica que beneficie a todos. Um caminho potencial é fortalecer os canais de comunicação, priorizar projetos econômicos conjuntos e aumentar a capacidade financeira do NBD.
Com uma estratégia unificada e o compromisso com interesses mútuos, o BRICS+ pode superar suas diferenças e evoluir para um bloco capaz de influenciar significativamente a governança econômica mundial.